São Paulo, sexta-feira, 06 de abril de 2007

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

De acordo

Parlamentares da oposição procuraram ontem representantes da Aeronáutica para tranqüilizar o alto comando sobre a atuação da CPI do Apagão Aéreo, que deve ser instalada por determinação do STF.
A ação foi uma resposta às declarações de Lula feitas a senadores petistas, em jantar na terça-feira, segundo as quais uma investigação no Congresso poderia expor as "fragilidades" das Forças Armadas. Os militares não demonstraram receio quanto à comissão, de acordo com relatos de quem participou do encontro. Disseram que, iniciada a apuração, terão a oportunidade de esclarecer os problemas do setor, agravados, na sua opinião, durante o processo de criação da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), há dois anos.

Forcinha. Embora defendam a desmilitarização da carreira, os controladores de vôo procuraram o Centro de Comunicação Social da Aeronáutica para pedir ajuda: querem "restaurar a imagem" da categoria junto à opinião pública. O Cecomsaer respondeu que é "cedo" para isso.

Ponte. Um dos mais preocupados com os contornos de crise do início da semana era José Sarney (PMDB-AP). Antes do recuo de Lula do acordo firmado com os controladores, o senador foi procurado por oficiais das Forças Armadas, que pediam sua intervenção junto ao presidente.

Know-how. Novo porta-voz da Presidência, Marcelo Baumbach pode ajudar em caso de novo apagão aéreo. Em 1999, coube ao diplomata coordenar a logística aeroportuária na cúpula União Européia-América Latina, no Rio.

Léxico. A exemplo de Lula, Celso Amorim tem se aventurado no "portunhol". O chanceler usou o "idioma" durante toda a sua palestra para diplomatas sul-americanos ontem, no Rio. "O ideal é quando todos se entendem. Sempre hablando despacito", brincou.

Ecumênico. Lula deve participar no dia 21 das comemorações pelos 47 anos de Brasília, organizadas pelo governo José Roberto Arruda (DEM). Coube ao vice-governador, Paulo Octávio, fazer o convite. O presidente, em fase de reaproximação com a oposição, se mostrou disposto a ir.

Cozinha nova 1. Lula deve aprovar nos próximos dias um estudo de reforma no funcionamento de seu gabinete. Pela proposta, Gilberto Carvalho, seu braço direito, passará a dividir funções com os assessores especiais.

Cozinha nova 2. A idéia é retirar a sobrecarga do atual chefe de gabinete, que esteve no olho do furacão da crise política de 2005 e 2006. Pelo novo modelo, as funções de Carvalho passarão a ser divididas entre ele e os assessores Clara Ant, Swedenberger Barbosa e Cesar Alvarez.

Assédio. Nomeado secretário de Relações do Trabalho em março, o ex-deputado Luiz Antonio de Medeiros (PR) já recebeu convite para se filiar ao PDT, partido que agora comanda politicamente o Ministério do Trabalho.

Ser ou não ser. O deputado Ricardo Barros (PP-PR), aguerrido opositor de Lula no primeiro mandato, foi convidado pelo líder do governo, José Múcio, para uma das vice-lideranças. Se aceitar, volta a ocupar função desempenhada no governo FHC. Com medo de ser considerado contraditório, hesita na resposta.

Tal pai... Acaba amanhã o prazo para a apresentação de teses para o 1º Congresso do PSOL. O partido segue o modelo do PT, do qual é dissidente: cerca de 12 textos serão apresentados para debates.

Parceria. Na semana que vem, o secretário dos Transportes Metropolitanos de São Paulo, José Luiz Portela, desembarca em Brasília a fim de acertar com o governo federal a obtenção de empréstimo internacional para a construção de novas linhas do Metrô.

Tiroteio

"Os controladores estão negociando sua anistia antes mesmo da punição. O que eles querem mesmo é imunidade". Do deputado EDUARDO SCIARRA (DEM-PR) sobre a negociação para que sargentos amotinados na sexta-feira passada não sejam punidos.

Contraponto

Ponto de vista

Cerca de duas semanas atrás, Pedro Simon (PMDB-RS) ocupou a tribuna do Senado para responder ao discurso com o qual Fernando Collor (PTB-AL) procurara, dias antes, fixar a versão de que seu afastamento do Planalto teria se dado por meio de seguidas ilegalidades. O gaúcho lembrou que era governador de seu Estado quando recebeu a visita de Collor, antes da eleição de 1989.
-Vossa Excelência afirmou que sairia do PMDB para se filiar a um tal PRN e disputar a Presidência.
Em seguida, Simon contou qual foi sua reação:
-Quando Vossa Excelência deixou a sala, eu disse a um assessor: "Esse é louco!". Só depois vi que o doido era eu...


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