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"Vamos ressuscitar os aloprados", diz tucano
Presidente do PSDB afirma que manterá tática de discutir ética com o PT, mas que Serra não irá para linha de frente dos ataques
"Deixa o Serra em casa, ele não precisa falar", afirma Sérgio Guerra, sobre frase de Dilma de que o "debate ético é muito bom" para o PT
BRENO COSTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE), disse
que o partido vai partir para o
debate ético com o PT, inclusive ressuscitando o escândalo
dos "aloprados", mas que a missão ficará a cargo dos caciques
tucanos. O pré-candidato do
partido, José Serra, não vai para a linha de frente dos ataques,
segundo o coordenador da
campanha do paulista.
"Deixa o Serra em casa. Ele
não precisa [falar a respeito de
escândalos]", disse Guerra, em
resposta a declarações da ex-ministra e pré-candidata do PT
à Presidência, Dilma Rousseff,
que afirmou que "esse debate é
muito bom para a gente".
Na última quarta-feira, na
cerimônia que marcou sua despedida do cargo de governador
de São Paulo, no Palácio dos
Bandeirantes, Serra fez suas
mais duras declarações em relação ao governo federal.
Entre outras críticas, disse,
referindo-se veladamente ao
escândalo do mensalão, que
"aqui [no seu governo] não se
cultivam escândalos, malfeitos,
roubalheira, mas também porque nunca incentivamos o silêncio da cumplicidade e da conivência com o malfeito".
Até então, vinha buscando
manter distância de um confronto mais aberto com o governo, estratégia que não era
seguida pelo resto da cúpula tucana, como Guerra, que sempre
fez ataques diretos a Dilma.
"Vamos ressuscitar os aloprados. Vamos fazer isso no foro adequado, que é o Congresso", disse Guerra.
No domingo, a Folha revelou
que os envolvidos vivem sem
preocupações com o desenrolar do caso do dossiê contra José Serra, na véspera das eleições de 2006. Na época, a Polícia Federal apreendeu uma
mala com R$ 1,7 milhão que seria usado para comprar informações contra Serra.
O suposto dono da mala, Hamilton Lacerda, um dos "aloprados", hoje é fazendeiro na
Bahia e administra um capital
social de R$ 1,5 milhão.
Dilma também tem usado a
passagem de Serra pelo Ministério do Planejamento (1995-1996), durante o governo Fernando Henrique Cardoso, para
dizer que na gestão do adversário não houve planejamento, o
que, segundo a petista, levou ao
apagão energético, no fim do
governo FHC.
"Vistosa propaganda"
"O Serra não tem nada a ver
com o apagão. Todo mundo sabe disso", disse Sérgio Guerra.
"O Serra, quando ministro [do
Planejamento], lançou um programa chamado Brasil em
Ação, que, bastante deturpado
nos seus objetivos iniciais,
transformou-se no PAC [Programa de Aceleração do Crescimento], que é uma vistosa propaganda", afirmou.
Ontem, o ministro Alexandre
Padilha (Relações Institucionais) entrou na discussão ao dizer que o PSDB não tem moral
para falar do PT tendo o DEM
como aliado.
"O DEM está aberto para discutir ética com o PT. Vamos
discutir o mensalão de Brasília
e o do PT. Eles estão com Bancoop vivo, mensalão vivo, aloprados vivos", disse o líder do
partido na Câmara, deputado
Paulo Bornhausen (SC).
Para o deputado, o efeito de
escândalos sobre Dilma será
distinto do sentido por Lula,
que manteve a popularidade.
"Ela não tem blindagem para
isso, ela vai ter que se explicar."
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