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CGU vê desvio de R$ 115 mi em repasses da União ao DF
Auditoria do órgão rastreou R$ 30 bi remetidos ao governo local de 2006 a 2009
Entre empresas suspeitas, controladoria aponta duas cujos sócios têm ligação com mensalão do DEM; citados negam irregularidades
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A CGU (Controladoria-Geral
da União) suspeita de desvio de
R$ 115 milhões em repasses feitos pela União ao Governo do
Distrito Federal entre 2006 e
2009, sendo 90% para pagamento de pessoal.
Entre as irregularidades detectadas pelos técnicos está o
caso de uma empresa de informática envolvida no mensalão
do DEM cujos sócios são os
principais fornecedores da área
de saúde do governo distrital.
De acordo com a auditoria da
CGU, essas empresas teriam
vendido medicamentos superfaturados, causando prejuízo
estimado em R$ 11,3 milhões.
O ministro Jorge Hage classificou como "graves" os problemas encontrados na inspeção
que rastreou R$ 30 bilhões remetidos pela União ao DF.
As descobertas vão virar novos inquéritos na Polícia Federal. Segundo o ministro, não há
tempo de inclui-las no que investiga o mensalão. No escândalo, o governador cassado José Roberto Arruda (sem partido) é flagrado recebendo o que
seria pagamento de propina de
empresas de informática.
Entre as empresas acusadas
está a Linknet. Ela tem entre
seus sócios o empresário Moisés Oliveira, também sócio da
Hospfar Indústria e Comércio,
a maior fornecedora de remédios do GDF. No total, a Hospfar recebeu R$ 190 milhões no
período analisado.
Os técnicos avaliaram que os
pagamentos do governo do DF
estavam acima de todas as tabelas disponíveis de preços. Segundo a análise, de uma amostra de R$ 55 milhões, o prejuízo
seria de R$ 11 milhões.
O GDF disse que não foi notificado das irregularidades e que
elas seriam de governos anteriores. A Linknet e a Hospfar
não ligaram de volta.
Conta
Além de pagamentos superfaturados, o governo distrital
ainda está poupando recursos
da saúde. Os técnicos rastrearam R$ 320 milhões repassados pela União e não aplicados
no setor. O dinheiro está numa
conta bancária rendendo juros .
A análise também constatou
problemas na área de transporte -o principal é sobre o metrô.
O ministro Hage reconheceu
que há problemas nos controles dos ministérios sobre os recursos repassados para os governos estaduais e prefeituras.
Ele afirmou que há poucos funcionários nas pastas para fiscalizar os recursos e cobrou mais
recursos.
(DIMMI AMORA)
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