São Paulo, sábado, 06 de maio de 2000


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Pefelista explica verba para ginásio

da Sucursal de Brasília

O novo ministro Carlos Melles justificou ontem a necessidade de inclusão no Orçamento da União de R$ 40 mil para obras de um ginásio poliesportiva em um dos seus redutos eleitorais pelo nível intelectual dos seus habitantes.
Segundo Melles, a população de cerca de 20 mil habitantes de Muzambinho, em Minas, "tem uma cultura um pouquinho mais avançada" e por isso precisa de um ginásio poliesportivo.
O pefelista mineiro diz que, como deputado, apenas destinou recursos para a obra.
A construção está parada. Além dos R$ 40 mil do Orçamento, já foram repassados outros R$ 76 mil. Melles afirmou que tudo está "absolutamente dentro da normalidade".
"Eu sou deputado, não sou gestor da obra. Peraí! Cabe à prefeitura executar bem e ao tribunal de contas fiscalizar. Não é o deputado. E, se tiver algo errado, que se penalize. Mas eu tenho certeza que não tem", afirmou.

Defesa
Melles levou para a conversa com o presidente Fernando Henrique Cardoso uma pasta com documentos, disposto a rebater as denúncias de irregularidades em que estaria envolvido. Não precisou usar.
"Tenho tudo escrito aqui para vocês. Eu vim prevenido porque eu nunca tive nada que pudesse me desabonar, mas eu fiquei assustado", justificou
Depois, repassou parte dos documentos aos jornalistas e disse estar disposto a tirar dúvidas.
"Eu estou pronto para assumir qualquer responsabilidade, como parlamentar e como ministro. Mas eu faço o papel como qualquer parlamentar faz. O papel do representante da região foi cumprido", afirmou, sobre as emendas de sua autoria ao Orçamento beneficiando um de seus redutos eleitorais.

Indicação
Melles disse ainda nunca indicou ninguém para ocupar cargos públicos -o que inclui o seu primo, Manoel Abrahão Lemos Neto, que ocupava até anteontem o cargo de coordenador de bingos do Indesp.
"Tenho um parente, não posso negar, e gosto dele. Ele apenas pediu para ficar hospedado na minha casa enquanto não tivesse lugar. E eu deixei. Só", declarou.
Quanto ao fato de ter retirado do Orçamento R$ 193 milhões destinados ao plantio e à colheita de café e destiná-la à estocagem -o que possibilita especulação futura com o produto-, Melles, que é cafeicultor, disse que atendeu ao que o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, pediu. "Qualquer coisa diferente é só maldade de quem quer interpretar errado."


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