|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Pefelista explica verba para ginásio
da Sucursal de Brasília
O novo ministro Carlos Melles
justificou ontem a necessidade de
inclusão no Orçamento da União
de R$ 40 mil para obras de um ginásio poliesportiva em um dos
seus redutos eleitorais pelo nível
intelectual dos seus habitantes.
Segundo Melles, a população de
cerca de 20 mil habitantes de Muzambinho, em Minas, "tem uma
cultura um pouquinho mais
avançada" e por isso precisa de
um ginásio poliesportivo.
O pefelista mineiro diz que, como deputado, apenas destinou
recursos para a obra.
A construção está parada. Além
dos R$ 40 mil do Orçamento, já
foram repassados outros R$ 76
mil. Melles afirmou que tudo está
"absolutamente dentro da normalidade".
"Eu sou deputado, não sou gestor da obra. Peraí! Cabe à prefeitura executar bem e ao tribunal de
contas fiscalizar. Não é o deputado. E, se tiver algo errado, que se
penalize. Mas eu tenho certeza
que não tem", afirmou.
Defesa
Melles levou para a conversa
com o presidente Fernando Henrique Cardoso uma pasta com documentos, disposto a rebater as
denúncias de irregularidades em
que estaria envolvido. Não precisou usar.
"Tenho tudo escrito aqui para
vocês. Eu vim prevenido porque
eu nunca tive nada que pudesse
me desabonar, mas eu fiquei assustado", justificou
Depois, repassou parte dos documentos aos jornalistas e disse
estar disposto a tirar dúvidas.
"Eu estou pronto para assumir
qualquer responsabilidade, como
parlamentar e como ministro.
Mas eu faço o papel como qualquer parlamentar faz. O papel do
representante da região foi cumprido", afirmou, sobre as emendas de sua autoria ao Orçamento
beneficiando um de seus redutos
eleitorais.
Indicação
Melles disse ainda nunca indicou ninguém para ocupar cargos
públicos -o que inclui o seu primo, Manoel Abrahão Lemos Neto, que ocupava até anteontem o
cargo de coordenador de bingos
do Indesp.
"Tenho um parente, não posso
negar, e gosto dele. Ele apenas pediu para ficar hospedado na minha casa enquanto não tivesse lugar. E eu deixei. Só", declarou.
Quanto ao fato de ter retirado
do Orçamento R$ 193 milhões
destinados ao plantio e à colheita
de café e destiná-la à estocagem
-o que possibilita especulação
futura com o produto-, Melles,
que é cafeicultor, disse que atendeu ao que o ministro da Agricultura, Pratini de Moraes, pediu.
"Qualquer coisa diferente é só
maldade de quem quer interpretar errado."
Texto Anterior: Governo: Melles quer "dar alegria ao brasileiro" Próximo Texto: No Ar - Nelson de Sá: O Zimbábue é aqui Índice
|