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Lula pede a empresários da mídia
que promovam debate das reformas
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula
da Silva reuniu-se ontem durante
duas horas com 32 proprietários e
dirigentes dos principais veículos
de comunicação do país para pedir que promovam um amplo debate na sociedade sobre as reformas tributária e da Previdência
Social, que ele mesmo levou ao
Congresso no último dia 30.
No encontro, realizado na sala
de audiências do gabinete presidencial, o presidente da República afirmou: "O que me preocupa é
que se essa reforma não for votada nesse ano, não sai mais reforma". Ele acha que será possível
votar as mudanças tributárias e
previdenciárias em outubro.
O presidente estava acompanhado dos ministros Antonio Palocci Filho (Fazenda), José Dirceu
(Casa Civil), Luiz Gushiken (Comunicação e Gestão Estratégica) e
Luiz Dulci (Secretaria Geral da
Presidência da República).
Participaram da reunião, entre
outros, Octavio Frias de Oliveira,
publisher da Folha, Roberto Irineu Marinho (Organizações Globo), Johnny Saad (Rede Bandeirantes), Antônio Carlos Pereira
("O Estado de S. Paulo"), Thomaz
Souto Corrêa (Editora Abril) e
Nelson Tanure ("Jornal do Brasil").
Palocci fez uma exposição da
proposta do governo para a reforma tributária, e Gushiken expôs a
reforma da Previdência. Lula fechou o encontro defendendo a
descentralização do debate, que,
para ele, não pode ficar restrito
aos grandes centros urbanos. Foi
por isso que convidou para o encontro representantes de veículos
regionais de comunicação.
Lula contou ter pedido ao presidente da Câmara, João Paulo Cunha (PT-SP), a definição de um
calendário para a tramitação das
reformas. Quer que os prazos sejam divulgados, para facilitar o
controle por parte da sociedade.
Servidores públicos
Referindo-se aos servidores públicos, Lula disse que, para realizar as reformas, resolveu "comprar briga com parte do eleitorado tradicional do PT". Ele se disse
disposto a debater pessoalmente
as mudanças.
"A sugestão é que os veículos de
comunicação de todo o país promovam o debate nas suas comunidades, e o presidente disponibilizou a sua equipe para participar
desses debates", afirmou Nelson
Sirotsky, diretor-presidente da
Rede Brasil Sul. Segundo ele, Lula
em nenhum momento pediu
apoio às reformas, mas ao debate.
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