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Índios invadem Funasa de SP e fazem reféns
Grupo de 50 pessoas ocupa prédio no centro da capital e pressiona pela saída de coordenador do órgão
Moacyr Lopes Junior/Folha Imagem
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Índios fecham ruas do centro de São Paulo em protesto contra a Funasa; local foi isolado pela PM
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA ONLINE
DA REPORTAGEM LOCAL
Um grupo de cerca de 50 índios invadiu ontem o prédio da
Funasa (Fundação Nacional de
Saúde) no centro de São Paulo.
Eles fizeram reféns cerca de 80
funcionários de sete andares do
prédio da entidade como meio
de pressionar a exoneração do
coordenador do órgão em São
Paulo, Raze Rezek.
No início da noite, todos foram libertados, após Rezek
afirmar que irá pedir demissão
hoje. Ele disse que já havia entregado o cargo no ano passado,
mas afirmou que o presidente
da instituição, Danilo Forte, recusou sua demissão.
Na saída do coordenador do
local, houve um momento de
tensão. Os índios gritaram que
ele não seria liberado caso não
afirmasse para a imprensa que
pediria demissão.
"O cargo pertence ao presidente da instituição", repetia
Rezek, para depois ceder e afirmar que irá pedir demissão. Já
na rua, os índios fizeram uma
dança para comemorar. Eles
iriam dormir no local e esperar
a decisão sobre a saída de Rezek, que prometeu voltar hoje
para conversar com o presidente da Funasa por telefone.
Rezek chegou ontem para
negociar com os índios acompanhado por policiais federais.
Os índios ocuparam o prédio
por volta das 12h. Ninguém ficou ferido e não houve danos
materiais. Os manifestantes
chegaram a bloquear a rua onde fica o prédio. A Polícia Militar isolou a área e a via foi liberada no início da tarde.
De acordo com o indígena
Darã, vice-presidente do Conselho Distrital de Saúde Indígena, a manifestação pede uma
atuação mais eficiente da Funasa no Estado. "O saneamento
nas terras indígenas não está
sendo feito, os medicamentos
estão atrasados e os veículos de
assistência, sucateados", disse.
Por volta das 16h40, os índios
liberaram cerca de 80 reféns.
Só a noite cinco chefes de seções do órgão e outros dois procuradores da entidade foram libertados. "Estamos reféns dessa situação, sem ter nada a ver
com ela", afirmou Gelza da
Costa, responsável pelo setor
de convênios da entidade, uma
das pessoas detidas.
O cacique Guaracy, porém,
negou que os funcionários fossem reféns. "Quem faz o índio
refém é o homem branco." Os
índios que bloqueavam as entradas do prédio estavam armados com arco e flecha.
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