São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010

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Pré-candidatos indicam preocupação com rombo

DA ENVIADA A PORTO ALEGRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL

Os principais pré-candidatos à Presidência evitaram criticar diretamente o reajuste de 7,7% aos aposentados aprovado pela Câmara dos Deputados, mas sinalizaram apoio à decisão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que deve vetar a medida.
Apesar de ter manifestado preocupação em conversa com aliados, o pré-candidato do PSDB, José Serra, afirmou que o aposentado "ficou para trás" no Brasil. Segundo ele, o impacto da medida deve ser avaliado.
"O ministro Guido Mantega [Fazenda] é um homem responsável. O presidente Lula tem prestado muita atenção nisso. Vou apoiar a decisão que o governo federal tomar a esse respeito", disse o tucano.
A pré-candidata petista, Dilma Rousseff, driblou ontem jornalistas e deixou para comentar sobre o reajuste aos aposentados aprovado pela Câmara apenas na internet.
Ao sair de almoço com a cúpula do PSB, em hotel de Brasília, a ex-ministra posou para fotos e discorreu por três minutos sobre a importância da aliança "estratégica" com o partido, anunciada ontem.
No momento de falar sobre o amargo tema para o governo, a pré-candidata apertou o passo em direção à saída do hotel e não quis comentar o assunto.
Questionada se o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deve vetar o aumento e o fim do fator previdenciário, caso as propostas sejam aprovadas também pelo Senado, a ex-ministra apenas falou que não comenta as decisões do presidente.
"Eu nunca fiz isso e nunca farei considerações a respeito de atos do presidente", disse, ao entrar apressada no carro.
Minutos depois da recusa em falar pessoalmente sobre o assunto, Dilma escreveu o seguinte recado em seu twitter: "Imprensa me pergunta o que o presidente Lula deve fazer em relação ao aumento dos aposentados. O presidente tem um forte compromisso social".
Em seguida, ela escreveu: "Lula tem compromisso com trabalhadores e aposentados que deram seu trabalho pelo Brasil. Tenho certeza de que ele decidirá de forma equilibrada". O microblog da petista tem aproximadamente 49 mil seguidores.
Após a saída de Dilma, o presidente do PT, Eduardo Dutra, negou que o voto do PMDB para aprovar o assunto tenha sido uma moeda de barganha. "O resultado não tem a ver com o encaminhamento da campanha", disse. Segundo ele, a votação é um esforço dos deputados para ficarem bem com o eleitorado.
A pré-candidata do PV, Marina Silva, disse que o Senado precisa verificar a fonte dos recursos antes de dar aval ao reajuste. "É preciso saber de onde vêm as receitas, em função do deficit da Previdência", afirmou. "Precisamos ter responsabilidade com os aposentados e com as contas públicas".
Ela admitiu suspender a licença do Senado para participar do debate e criticou a influência da eleição nas decisões dos parlamentares. "É difícil. Em período eleitoral, o debate perde a racionalidade", disse.
"O governo não tem como fazer benesses com dinheiro público para todos os lados. A reivindicação dos aposentados é justa, mas precisamos criar uma base para o reajuste."


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