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Pré-candidatos indicam preocupação com rombo
DA ENVIADA A PORTO ALEGRE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os principais pré-candidatos
à Presidência evitaram criticar
diretamente o reajuste de 7,7%
aos aposentados aprovado pela
Câmara dos Deputados, mas sinalizaram apoio à decisão do
presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, que deve vetar a medida.
Apesar de ter manifestado
preocupação em conversa com
aliados, o pré-candidato do
PSDB, José Serra, afirmou que
o aposentado "ficou para trás"
no Brasil. Segundo ele, o impacto da medida deve ser avaliado.
"O ministro Guido Mantega
[Fazenda] é um homem responsável. O presidente Lula
tem prestado muita atenção
nisso. Vou apoiar a decisão que
o governo federal tomar a esse
respeito", disse o tucano.
A pré-candidata petista, Dilma Rousseff, driblou ontem
jornalistas e deixou para comentar sobre o reajuste aos
aposentados aprovado pela Câmara apenas na internet.
Ao sair de almoço com a cúpula do PSB, em hotel de Brasília, a ex-ministra posou para fotos e discorreu por três minutos sobre a importância da
aliança "estratégica" com o
partido, anunciada ontem.
No momento de falar sobre o
amargo tema para o governo, a
pré-candidata apertou o passo
em direção à saída do hotel e
não quis comentar o assunto.
Questionada se o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva deve
vetar o aumento e o fim do fator
previdenciário, caso as propostas sejam aprovadas também
pelo Senado, a ex-ministra apenas falou que não comenta as
decisões do presidente.
"Eu nunca fiz isso e nunca farei considerações a respeito de
atos do presidente", disse, ao
entrar apressada no carro.
Minutos depois da recusa em
falar pessoalmente sobre o assunto, Dilma escreveu o seguinte recado em seu twitter:
"Imprensa me pergunta o que o
presidente Lula deve fazer em
relação ao aumento dos aposentados. O presidente tem um
forte compromisso social".
Em seguida, ela escreveu:
"Lula tem compromisso com
trabalhadores e aposentados
que deram seu trabalho pelo
Brasil. Tenho certeza de que ele
decidirá de forma equilibrada".
O microblog da petista tem
aproximadamente 49 mil seguidores.
Após a saída de Dilma, o presidente do PT, Eduardo Dutra,
negou que o voto do PMDB para aprovar o assunto tenha sido
uma moeda de barganha. "O resultado não tem a ver com o encaminhamento da campanha",
disse. Segundo ele, a votação é
um esforço dos deputados para
ficarem bem com o eleitorado.
A pré-candidata do PV, Marina Silva, disse que o Senado
precisa verificar a fonte dos recursos antes de dar aval ao reajuste. "É preciso saber de onde
vêm as receitas, em função do
deficit da Previdência", afirmou. "Precisamos ter responsabilidade com os aposentados
e com as contas públicas".
Ela admitiu suspender a licença do Senado para participar do debate e criticou a influência da eleição nas decisões
dos parlamentares. "É difícil.
Em período eleitoral, o debate
perde a racionalidade", disse.
"O governo não tem como fazer benesses com dinheiro público para todos os lados. A reivindicação dos aposentados é
justa, mas precisamos criar
uma base para o reajuste."
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