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No Sul, Serra tenta quebrar alianças do PT
Tucano procura o PMDB gaúcho, pressiona o PSDB no Estado a aceitar a aliança com o PP e tenta atrair Osmar Dias no Paraná
Pré-candidato do PSDB quer enfraquecer ao máximo os palanques de sua adversária Dilma Rousseff antes do início do horário gratuito
CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O pré-candidato do PSDB à
Presidência, José Serra, opera
pessoalmente para debilitar os
palanques de Dilma Rousseff
(PT) nos Estados do Sul e ampliar sua liderança na região.
Em dois dias de viagem ao
Rio Grande do Sul, Serra se reuniu com o candidato do PMDB
a governador, José Fogaça,
conduziu negociação com o PP
gaúcho e tenta desmontar o palanque de Dilma no Paraná.
Do Rio Grande do Sul, Serra
orientou a articulação entre o
PSDB e o senador Osmar Dias
(PDT-PR) para a consolidação
de uma aliança no Estado. Dias
-que negociava uma aliança
com o PT- já avisou que desistiu da coalizão com o partido.
Queixando-se da agressividade dos petistas, Dias conta
que, há mais de um mês, pediu
que o presidente Lula intermediasse uma aproximação com o
PMDB no Estado, mas isso não
aconteceu. "Para o PT, sirvo para eleger a Gleisi [Hoffmann]
ao Senado. Mas não para governar o Paraná", disse Dias.
Dias afirma que "ainda não
desistiu" da candidatura ao governo, mas o PSDB -nacional e
estadual- já o convidou para
concorrer ao Senado na chapa
encabeçada pelo ex-prefeito de
Curitiba Beto Richa (PSDB).
"Tenho conversado com o senador Osmar Dias. Ele é muito
bem-vindo ao nosso grupo",
disse Richa, com quem Serra
falou ao telefone na segunda.
Serra -que procurou Fogaça
para um encontro no fim da
noite de ontem- se reuniu com
a bancada de deputados estaduais do PMDB gaúcho e não
escondeu a disposição de ocupar dois palanques no Estado.
"Tenho esperança de estar
próximo a muita gente do
PMDB", disse Serra, ressaltando sua "afinidade" com Fogaça.
A pedido de Serra, o deputado Osmar Terra agendou seu
encontro com Fogaça. Um dos
responsáveis pela agenda de
Serra no Estado, Terra organizou ainda a reunião com deputados peemedebistas.
Horas antes, numa audiência
reservada com a governadora,
Yeda Crusius, voltou a defender a aliança com o PP gaúcho
para pavimentar um acordo nacional com o partido. "Se dependesse de mim, eu recomendaria que fizesse. Deve se fazer
o máximo empenho no sentido
dessa aliança", disse Serra.
O pré-candidato foi duro ao
cobrar do presidente estadual
do PSDB, deputado Claudio
Diaz, um esforço pelo acordo
com o PP. "Vocês estão me prejudicando", reclamou Serra, segundo relato do próprio Diaz.
Na véspera, Serra manifestou interesse pela composição
com o PP. "Acho que vai ter um
acordo aqui. as coisas no plano
nacional caminham bem. temos muita boa vontade nesse
sentido", disse o pré-candidato.
Uma composição com o PP
asfixiaria Dilma também em
Santa Catarina. Lá, Serra poderia contar com o apoio dos
Amin. No Estado, seu maior
problema seria compatibilizar
quatro pré-candidaturas.
"Aqui, Serra pode ter dois,
três palanques. No Sul, é a campanha presidencial que vai prevalecer", disse o ex-presidente
do DEM Jorge Bornhausen.
A intenção de Serra é aproveitar esse momento de fragilidade da candidatura de Dilma
para acelerar a articulação de
alianças antes do início do horário eleitoral e da propaganda
do PT. Para manter o ritmo, o
PSDB estuda o dia 12 de junho,
logo no início do mês, para oficializar a candidatura Serra.
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