São Paulo, quinta-feira, 06 de maio de 2010

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No Sul, Serra tenta quebrar alianças do PT

Tucano procura o PMDB gaúcho, pressiona o PSDB no Estado a aceitar a aliança com o PP e tenta atrair Osmar Dias no Paraná

Pré-candidato do PSDB quer enfraquecer ao máximo os palanques de sua adversária Dilma Rousseff antes do início do horário gratuito


CATIA SEABRA
ENVIADA ESPECIAL A PORTO ALEGRE
GRACILIANO ROCHA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O pré-candidato do PSDB à Presidência, José Serra, opera pessoalmente para debilitar os palanques de Dilma Rousseff (PT) nos Estados do Sul e ampliar sua liderança na região.
Em dois dias de viagem ao Rio Grande do Sul, Serra se reuniu com o candidato do PMDB a governador, José Fogaça, conduziu negociação com o PP gaúcho e tenta desmontar o palanque de Dilma no Paraná.
Do Rio Grande do Sul, Serra orientou a articulação entre o PSDB e o senador Osmar Dias (PDT-PR) para a consolidação de uma aliança no Estado. Dias -que negociava uma aliança com o PT- já avisou que desistiu da coalizão com o partido.
Queixando-se da agressividade dos petistas, Dias conta que, há mais de um mês, pediu que o presidente Lula intermediasse uma aproximação com o PMDB no Estado, mas isso não aconteceu. "Para o PT, sirvo para eleger a Gleisi [Hoffmann] ao Senado. Mas não para governar o Paraná", disse Dias.
Dias afirma que "ainda não desistiu" da candidatura ao governo, mas o PSDB -nacional e estadual- já o convidou para concorrer ao Senado na chapa encabeçada pelo ex-prefeito de Curitiba Beto Richa (PSDB).
"Tenho conversado com o senador Osmar Dias. Ele é muito bem-vindo ao nosso grupo", disse Richa, com quem Serra falou ao telefone na segunda.
Serra -que procurou Fogaça para um encontro no fim da noite de ontem- se reuniu com a bancada de deputados estaduais do PMDB gaúcho e não escondeu a disposição de ocupar dois palanques no Estado.
"Tenho esperança de estar próximo a muita gente do PMDB", disse Serra, ressaltando sua "afinidade" com Fogaça.
A pedido de Serra, o deputado Osmar Terra agendou seu encontro com Fogaça. Um dos responsáveis pela agenda de Serra no Estado, Terra organizou ainda a reunião com deputados peemedebistas.
Horas antes, numa audiência reservada com a governadora, Yeda Crusius, voltou a defender a aliança com o PP gaúcho para pavimentar um acordo nacional com o partido. "Se dependesse de mim, eu recomendaria que fizesse. Deve se fazer o máximo empenho no sentido dessa aliança", disse Serra.
O pré-candidato foi duro ao cobrar do presidente estadual do PSDB, deputado Claudio Diaz, um esforço pelo acordo com o PP. "Vocês estão me prejudicando", reclamou Serra, segundo relato do próprio Diaz.
Na véspera, Serra manifestou interesse pela composição com o PP. "Acho que vai ter um acordo aqui. as coisas no plano nacional caminham bem. temos muita boa vontade nesse sentido", disse o pré-candidato.
Uma composição com o PP asfixiaria Dilma também em Santa Catarina. Lá, Serra poderia contar com o apoio dos Amin. No Estado, seu maior problema seria compatibilizar quatro pré-candidaturas.
"Aqui, Serra pode ter dois, três palanques. No Sul, é a campanha presidencial que vai prevalecer", disse o ex-presidente do DEM Jorge Bornhausen.
A intenção de Serra é aproveitar esse momento de fragilidade da candidatura de Dilma para acelerar a articulação de alianças antes do início do horário eleitoral e da propaganda do PT. Para manter o ritmo, o PSDB estuda o dia 12 de junho, logo no início do mês, para oficializar a candidatura Serra.


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