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OUTRO LADO
"Ganhei dinheiro trabalhando"
DA REPORTAGEM LOCAL
Eduardo Jorge Caldas Pereira,
ex-secretário-geral da Presidência
da República, atribui as suspeitas
levantadas contra ele a uma perseguição com objetivos políticos.
"Faz um ano que estou debaixo
dessa guerra e não encontraram
uma só evidência do que me acusam", diz Eduardo Jorge.
O ex-secretário afirma ter certeza de que o relatório da delegacia
da Receita em Brasília, que levanta suspeitas contra suas declarações de renda, não existe. "O que
existe é um relatório acusando os
procuradores de pressionar a Receita para encontrar algo contra
mim", diz EJ.
Leia os esclarecimentos do ex-secretário-geral da Presidência,
ponto por ponto.
Patrimônio: "Eu ganhei dinheiro trabalhando", diz Eduardo Jorge sobre seu patrimônio pessoal,
que dobrou depois que saiu do
governo. "Vendi bens que estavam registrados por valores históricos por valores atualizados e paguei imposto sobre isso."
Empréstimo da Blue Chip: "Adquiri um crédito com outra empresa. No fim a operação não se
realizou, eu não recebi nada deles,
eles não receberam nada de mim.
Isso só aparece na declaração como aumento de patrimônio para
quem quiser agir de má fé".
Doação de ações: "É a coisa
mais comum do mercado. Várias
empresas oferecem participação
quando chamam alguém para
trabalhar".
Metaplan: EJ diz que o relatório
está errado ao dizer que o lucro da
empresa cresceu mais de 240%
depois que ele entrou. Ao contrário, afirma o ex-secretário, o lucro
caiu. Ele também diz que a fiscalização não pode ter dúvidas sobre
a origem dos recursos da Metaplan. "Os clientes da empresa são
seguradoras privadas. Ela não fatura um centavo que não seja de
seguradora."
Distribuição de lucros: "Você
divide o lucro como quiser. Tudo
foi feito dentro da lei", afirma
Eduardo Jorge sobre o fato de ter
recebido 74% dos lucros e dividendos que a L.C. Faria distribuiu
entre os acionistas, embora ele só
tivesse 1% da empresa.
Venda de imóvel: "Eu depositei
os R$ 140 mil e apliquei o resto",
afirma. Sobre a diferença de nove
meses entre a data do depósito em
sua conta e o registro da venda no
cartório de imóveis, diz: "Eu assino a escritura no dia em que o
comprador quiser".
Na semana passada, a Justiça
Federal em São Paulo negou o pedido de quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal de Eduardo
Jorge, que tinha sido apresentado
pela Procuradoria da República
em São Paulo. A Comissão de
Constituição e Justiça do Senado
também arquivou dois pedidos
de informações sobre a a movimentação financeira do ex-secretário-geral da Presidência.
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