São Paulo, quarta-feira, 06 de junho de 2001

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OUTRO LADO

"Ganhei dinheiro trabalhando"

DA REPORTAGEM LOCAL

Eduardo Jorge Caldas Pereira, ex-secretário-geral da Presidência da República, atribui as suspeitas levantadas contra ele a uma perseguição com objetivos políticos. "Faz um ano que estou debaixo dessa guerra e não encontraram uma só evidência do que me acusam", diz Eduardo Jorge.
O ex-secretário afirma ter certeza de que o relatório da delegacia da Receita em Brasília, que levanta suspeitas contra suas declarações de renda, não existe. "O que existe é um relatório acusando os procuradores de pressionar a Receita para encontrar algo contra mim", diz EJ.
Leia os esclarecimentos do ex-secretário-geral da Presidência, ponto por ponto.
Patrimônio: "Eu ganhei dinheiro trabalhando", diz Eduardo Jorge sobre seu patrimônio pessoal, que dobrou depois que saiu do governo. "Vendi bens que estavam registrados por valores históricos por valores atualizados e paguei imposto sobre isso."
Empréstimo da Blue Chip: "Adquiri um crédito com outra empresa. No fim a operação não se realizou, eu não recebi nada deles, eles não receberam nada de mim. Isso só aparece na declaração como aumento de patrimônio para quem quiser agir de má fé".
Doação de ações: "É a coisa mais comum do mercado. Várias empresas oferecem participação quando chamam alguém para trabalhar".
Metaplan: EJ diz que o relatório está errado ao dizer que o lucro da empresa cresceu mais de 240% depois que ele entrou. Ao contrário, afirma o ex-secretário, o lucro caiu. Ele também diz que a fiscalização não pode ter dúvidas sobre a origem dos recursos da Metaplan. "Os clientes da empresa são seguradoras privadas. Ela não fatura um centavo que não seja de seguradora."
Distribuição de lucros: "Você divide o lucro como quiser. Tudo foi feito dentro da lei", afirma Eduardo Jorge sobre o fato de ter recebido 74% dos lucros e dividendos que a L.C. Faria distribuiu entre os acionistas, embora ele só tivesse 1% da empresa.
Venda de imóvel: "Eu depositei os R$ 140 mil e apliquei o resto", afirma. Sobre a diferença de nove meses entre a data do depósito em sua conta e o registro da venda no cartório de imóveis, diz: "Eu assino a escritura no dia em que o comprador quiser".
Na semana passada, a Justiça Federal em São Paulo negou o pedido de quebra dos sigilos bancário, telefônico e fiscal de Eduardo Jorge, que tinha sido apresentado pela Procuradoria da República em São Paulo. A Comissão de Constituição e Justiça do Senado também arquivou dois pedidos de informações sobre a a movimentação financeira do ex-secretário-geral da Presidência.


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