São Paulo, segunda-feira, 06 de junho de 2005

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PAINEL

À disposição
Deputados de oposição foram procurados por um empresário do Paraná que se diz autor do vídeo em que o ex-funcionário dos Correios Maurício Marinho aparece recebendo R$ 3.000. Ele estaria disposto a falar à CPI.

Palavras ao vento
Aldo Rebelo conversou ontem com Luiz Gushiken e com outros ministros sobre as novas denúncias de corrupção publicadas do final de semana. Até então, ficara decidido que nada mudaria na operação abafa-CPI.

Segredo de Fátima
Todo mundo se pergunta em Brasília qual é a motivação de Renan Calheiros (PMDB-AL) ao participar da costura para abafar a CPI dos Correios. Aliados dizem que o desejo do presidente do Senado é ter a presidência da Infraero, hoje com o petista Carlos Wilson.

Menos gratuito
Passou despercebido o decreto Nš 5.331, assinado por Lula em janeiro, mudando os critérios de compensação fiscal para as emissoras de TV por conta do horário eleitoral gratuito.

Nivelando no alto
Pelas novas regras, o desconto a que as TVs têm direito no IR será calculado com base nos valores dos anúncios da tabela cheia, e não mais os do período da exibição da propaganda política, quando os preços despencam junto com a audiência.

Cofre cheio
Lula atendeu a pedido que lhe foi feito pelas TVs. Cálculo da Receita estima que a compensação fiscal a emissoras corresponde a R$ 238,5 mi nos anos eleitorais. Com a nova regra, a estimativa é que o valor dobre.

Face secreta
Virou piada no PSDB a bronca que a senadora Ideli Salvatti (PT-SC) deu no presidente do partido, o pacato Eduardo Azeredo (MG), a quem chamou de "muito agressivo". Diante do "insulto", o mineiro corou.

Modelo do ano 1
A Assembléia paulista iniciou consultas para substituir sua frota de 94 carros de luxo que servem cada deputado. "A licitação está sendo preparada, mas também estamos pensando em outras formas que não onerem a Casa", diz Fausto Figueira (PT), primeiro-secretário da Mesa.

Modelo do ano 2
Os atuais veículos, modelo Bora (Volks), foram adquiridos em 2001 por R$ 2,4 mi. Líderes argumentam que os carros estão velhos. "É tradição trocar", diz Jorge Caruso (PMDB), vice-presidente da Casa. Há quem considere um luxo: "É um absurdo", afirma Roque Barbieri (PTB).

Zona de fronteira
Entre as ossadas que o governo procura no Parque do Iguaçu (PR) está a do argentino Enrique Ruggia, que, junto de brasileiros do grupo guerrilheiro VPR, teria sido vítima em 1974 da Operação Condor, ação conjunta de ditaduras latino-americanas.

Silêncio estratégico
A família Ruggia pretende pedir indenização ao governo brasileiro. Já a Secretaria dos Direitos Humanos diz que tem procurado manter as buscas em sigilo para evitar falsas expectativas. Uma equipe argentina participou da primeira expedição, que nada teria encontrado.

Surpresa em números
Pesquisa feita pelo PT mostra que o ProUni, meta de cotas nas universidades, é o mais bem avaliado entre os programas do governo federal. O Fome Zero, antes a estrela da propaganda do presidente Lula na área social, não figura bem na lista.

Edição extra
Nada menos que 1 milhão de jornais foram distribuídos pelo MST na recente marcha que os sem-terra realizaram até Brasília. O número chamou a atenção da CPI da Terra.

TIROTEIO

Do líder do governo José Serra na Câmara paulistana, José Aníbal (PSDB), sobre o senador Aloizio Mercadante (PT-SP) ter criticado o prefeito pelo uso de um helicóptero em São Paulo:
-Em vez de criticar a forma transparente de atuar do Serra, ele deveria explicar os 450 outdoors em comemoração do seu aniversário, certamente doados por amigos desinteressados.

CONTRAPONTO

Apelando aos céus

Na quarta-feira passada, a Comissão de Defesa do Consumidor da Câmara dos Deputados discutia o projeto de decreto legislativo que trata de regras de transporte aéreo internacional quando Luiz Antonio Fleury (PTB-SP) deu a palavra ao relator, Marcos de Jesus (PL-PE).
Com a Casa bastante conturbada, as conversas paralelas eram tantas que o pernambucano não conseguia nem começar a ler seu texto.
Fleury, presidente da comissão, decidiu intervir:
-Por favor, há um orador aqui esperando para falar!
O efeito foi nenhum. Diante da dificuldade em conter os decibéis na sala, o paulista resolveu apelar, em tom de pregador:
-Senhores, pelo amor de Deus, ouçamos Jesus!
Silêncio geral. Em seguida vieram as gargalhadas. Depois delas, o deputado do PL pôde, enfim, ler seu relatório em paz.

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