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Compadre era "faz-tudo" da família Lula
Petistas dizem que Dario Morelli Filho sempre atuou na área de "segurança e inteligência" e, desde 1997, ocupou cargos públicos
Em abril de 2002, Morelli foi contratado pela Prefeitura de Diadema, na primeira gestão de José de Fillipi Jr., último tesoureiro de Lula
JOSÉ ALBERTO ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL
FÁBIO ZANINI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Dario Morelli Filho é uma espécie de "faz-tudo" da família
do presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, segundo petistas paulistas ouvidos ontem pela Folha. Ao lado de Freud Godoy e
José Carlos Espinoza, que tiveram envolvimento no caso do
dossiê contra tucanos em 2006,
Morelli sempre atuou na área
de "segurança e inteligência".
Na segunda metade dos anos
80 e na primeira dos 90, os três
trabalharam em campanhas do
PT na condição de responsáveis pela segurança.
Em 1994, Morelli integrou o
esquema de escolta do então
candidato do PT ao governo de
São Paulo, José Dirceu. A assessoria de Dirceu confirmou a
contratação. Ele também fez
alguns trabalhos para o diretório nacional do PT e o Sindicato
dos Metalúrgicos do ABC até
montar sua própria firma de vigilância privada, nos anos 90.
Porém, ao menos desde 1997
até ontem, quando foi preso pela Polícia Federal sob a acusação de corrupção ativa e formação de quadrilha, Morelli ocupou cargos públicos, sempre indicado pelo PT. Em janeiro daquele ano, foi nomeado chefe
de serviços da Sama, empresa
de saneamento de Mauá, durante a primeira gestão do ex-prefeito petista Oswaldo Dias.
Dois anos depois, em fevereiro de 1999, ele foi contratado
pela Assembléia Legislativa para um cargo na primeira secretaria da Casa, então comandada
por Roberto Gouveia (PT), hoje
ex-deputado federal e estadual.
A indicação de Morelli para o
cargo teria partido do ex-deputado federal Professor Luizinho, envolvido no escândalo do
mensalão e que antecedera
Gouveia no cargo de primeiro-secretário, e de José Dirceu.
Em dezembro de 1999, Morelli deixou a primeira secretaria para trabalhar no gabinete
de Gouveia como motorista e
de segurança. Ele ocuparia o
posto até abril de 2002, quando
foi contratado pela Prefeitura
de Diadema, na primeira gestão
de José de Fillipi Jr., atual prefeito da cidade e tesoureiro da
última campanha de Lula.
O primeiro cargo de Morelli
em Diadema, segundo os petistas, foi de chefe de divisão da
Secretaria de Administração.
Em seguida, ele foi para a Saned, a empresa de saneamento
da cidade, onde ficou até ontem, com salário de R$ 4.000
mensais. Segundo nota da secretaria, "a Saned decidiu pelo
afastamento do funcionário,
sem provimentos, até que a situação seja esclarecida".
A exemplo de Freud e Espinoza, Morelli continuou prestando serviços para o PT e para
a família de Lula, especialmente para Vavá, irmão de Lula.
Segundo a Folha apurou, a
empresa de segurança de Morelli atuou em casas de jogos. A
relação com Vavá teria se intensificado. Morelli também
teria trabalhado na área de segurança para o Diretório Municipal de Diadema em 1997.
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