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Amazônia ganha mais três unidades de conservação
Áreas criadas ontem pelo governo superam a extensão da floresta devastada entre agosto de 2005 e julho de 2007
Proposto ainda na gestão de Marina, pacote anunciado ontem deixou de fora a criação de dois fundos destinados à preservação
MARTA SALOMON
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou ontem, Dia
Mundial do Meio Ambiente,
mais três unidades de conservação ambiental na Amazônia,
cuja área total, 26,5 mil quilômetros quadrados, equivale a
quase 18 vezes a cidade de São
Paulo e supera a extensão da
floresta devastada entre agosto
de 2005 e julho de 2007.
As unidades de conservação
integram o "paredão verde"
destinado a tentar conter o
avanço da fronteira agrícola e o
desmatamento da Amazônia,
cujo ritmo voltou a crescer desde o final do ano passado.
"Temos de correr atrás do
prejuízo, diminuir o desmatamento e preservar mais do que
aquilo que se desmata", discursou o ministro Carlos Minc
(Meio Ambiente), em solenidade no Palácio do Planalto.
Das três unidades criadas ontem, a maior é o Parque Nacional de Mapinguari, no Amazonas. A mais polêmica é a Reserva Extrativista do Médio Xingu,
no Pará, em decorrência da expectativa de setores do governo
de aproveitar o potencial hidrelétrico do rio Xingu. A terceira
unidade, Ituxi (AM), também é
uma reserva extrativista.
As unidades faziam parte de
um pacote maior proposto pela
ex-ministra Marina Silva e que
aguardava deliberação da Casa
Civil. Segundo dados oficiais, a
devastação nas áreas de conservação apresenta percentuais
reduzidos em relação ao restante da Amazônia.
"Eu estou sonhando aqui",
disse Herculano Costa Silva,
representante das 50 famílias
da área da Resex do Xingu, escalado para discursar na cerimônia. Não participaram do
ato o coordenador do PAS (Plano Amazônia Sustentável),
Mangabeira Unger, nem o ministro Reinhold Stephanes
(Agricultura).
O pacote anunciado ontem
deixou de fora a criação de dois
fundos destinados à preservação do meio ambiente. O Fundo de Proteção e Conservação
da Amazônia passará por nova
rodada de discussão em grupo
de trabalho interministerial.
Crédito verde
O governo avalia que tem
condições de manter a regra
que proíbe os bancos de emprestarem a agricultores que
desmataram ilegalmente suas
propriedades na Amazônia.
Ontem a Folha revelou que a
bancada ruralista tenta derrubar o decreto do presidente Lula sobre o assunto.
De acordo com a análise jurídica já discutida no Planalto, o
bloqueio ao crédito rural tem
amparo em pelo menos três
leis diferentes e não depende
exclusivamente do decreto
presidencial de dezembro do
ano passado, que tratou das
medidas para conter o desmatamento na Amazônia.
Dessa forma, se o projeto que
suspende partes do decreto
presidencial for aprovado pela
CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) na próxima semana, a vedação aos empréstimos continuará valendo, segundo integrantes do governo.
Colaborou LEANDRA PERES , da
Sucursal de Brasília
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