DA ENVIADA A CARAVELAS (BA)

Em visita à Bahia, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ontem que vai reunir a base aliada para pedir que não dê apoio à PEC que abre caminho para o terceiro mandato.
Lula disse que sua posição é "definitiva": "Não precisa mudar porque eu tenho uma posição definitiva. Eu acho que o Brasil é um país que tem pouco tempo de democracia contínua. A alternância de poder é muito importante para o Brasil. Eu já fui oito anos presidente".
Apesar disso, Lula disse achar "engraçado" o nervosismo que causa na oposição a possibilidade do terceiro mandato: "O Congresso não está propondo o terceiro mandato, está propondo um referendo e as pessoas podem derrubar referendo na hora que quiserem".
No dia 2, na Guatemala, Lula deu declarações ambíguas. Ele descartou o terceiro mandato no Brasil, mas defendeu o debate sobre o tema na Venezuela e na Colômbia: "O [Hugo] Chávez quer o terceiro mandato. Ele vai se submeter às eleições. Uma hora o povo pode querer, outra, o povo pode não querer. O [Álvaro] Uribe está querendo o terceiro mandato. Tem de passar por um referendo. Ele pode querer, e o povo pode elegê-lo ou pode não elegê-lo. Eu não vejo nisso nenhum mal".
Pesquisa Datafolha feita na semana passada mostrou que a emenda que abre a possibilidade de Lula concorrer de novo à Presidência em 2010 tem o apoio de 47% dos entrevistados, mas é rejeitada por 49%.
Ao discursar em um evento pelo Dia Mundial do Meio Ambiente para pescadores, Lula pediu que ficassem atentos aos candidatos oportunistas.
"Tomem cuidado, porque agora está chegando o ano eleitoral e quando se aproxima o ano eleitoral vocês vão vendo as pessoas aparecendo na televisão como os salvadores da pátria", disse. Ao ouvir um pequeno coro gritar "Dilma, Dilma", o presidente mudou de assunto, dizendo que não era aquele o momento certo de falar sobre as eleições. (SIMONE IGLESIAS)


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