São Paulo, Domingo, 06 de Junho de 1999
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Odebrecht fez doações para 4

da Reportagem Local

Empresas do grupo Odebrecht ou a ele ligadas aparecem como as maiores doadoras das campanhas dos quatro primeiros colocados na eleição ao governo do Estado de São Paulo em 98.
A CBPO, que faz parte do conglomerado Odebrecht, foi a maior doadora entre as construtoras que participaram da campanha do governador reeleito Mário Covas (PSDB), tendo doado R$ 300 mil dos R$ 7,6 milhões arrecadados.
O dinheiro obtido pela chapa majoritária do PPB não discrimina os doadores do segundo colocado na eleição estadual, Paulo Maluf, dos de Oscar Schmidt, candidato derrotado ao Senado.
Mas, sozinho, o candidato ao governo declarou ter arrecadado R$ 2.980.465,93.
Assim como na campanha que em 96 elegeu Celso Pitta (à época no PPB, hoje sem partido) prefeito da capital paulista, a maior quantia de 98-R$ 600 mil- também foi feita ao partido pelo grupo Odebrecht.
Responsável pela obra mais cara durante a passagem de Maluf pela Prefeitura de São Paulo, o túnel Ayrton Senna, a CBPO contribuiu com R$ 400 mil.
A empresa do grupo ficou encarregada de mais da metade do projeto do túnel e, em consórcio com a Constran, recebeu R$ 400,4 milhões dos R$ 728 milhões pagos pela obra, de acordo com valores corrigidos pelo Índice de Preços de Obras Públicas da Fipe.
Duas outras companhias ligadas ao conglomerado, a Copesul (Companhia Petroquímica do Sul) e a OPP Polietilenos, contribuíram com 58,8% dos R$ 1.207.546,52 arrecadados pela campanha de Marta Suplicy (PT), terceira colocada na corrida eleitoral.
Juntas, as duas empresas colaboraram com R$ 710 mil. A Odebrecht já havia financiado, na eleição de 94, 42% da campanha de José Dirceu, hoje presidente nacional do PT, ao governo do Estado de São Paulo.
O grupo também foi um dos maiores financiadores da candidatura de Francisco Rossi (ex-PDT, hoje sem partido), que ficou em quarto lugar na eleição. A CBPO Engenharia contribuiu com R$ 200 mil para a campanha do ex-pedetista, que no total arrecadou R$ 2.823.056,72.

Empreiteiras e bancos
Empresas ligadas à construção civil e bancos foram os principais doadores das campanhas de Covas e da chapa pepebista formada pela dupla Maluf-Oscar.
Incluindo as doações feitas pelo grupo Odebrecht, os dois setores doaram o equivalente a aproximadamente 50% do total arrecadado pelas três candidaturas.
Mesmo com doações menores do que em eleições passadas, as empreiteiras ainda lideram a lista do tucano, com uma contribuição de cerca de R$ 2,5 milhões.
Construtoras e bancos doaram R$ 2.202.200 dos R$ 4.395.203,42 declarados ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) pela chapa pepebista. Empresas relacionadas à construção civil foram responsáveis por 37,59% desse total, somados os valores fornecidos pela Odebrecht.
Já os bancos contribuíram com R$ 550 mil.


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