São Paulo, sexta-feira, 06 de julho de 2001

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IMPRENSA

Membro do Conselho Editorial e colunista da Folha receberá o Prêmio Maria Moors Cabot, da Universidade Columbia

Clóvis Rossi será premiado nos EUA

SÉRGIO DÁVILA
DE NOVA YORK

O jornalista brasileiro Clóvis Rossi, repórter, colunista e membro do Conselho Editorial da Folha, vai receber o Prêmio Maria Moors Cabot 2001, a mais importante distinção dada a um jornalista estrangeiro nos EUA.
Além de Rossi, foram premiados Mónica González, escritora e jornalista baseada em Santiago (Chile); Jorge Ramos, âncora da Univision Network, cadeia de emissoras de língua espanhola nos EUA; e Sebastian Rotella, chefe do escritório da América do Sul do jornal "Los Angeles Times".
Criado em 1938 e entregue pela primeira vez no ano seguinte por Godfrey Lowell Cabot, como homenagem a sua mulher, o prêmio é administrado pela Faculdade de Jornalismo da Universidade Columbia, em Nova York, e rivaliza em importância com o Pulitzer, entregue pela mesma instituição.
"A importância do prêmio cresceu à medida que, desde o fim da Guerra Fria, a cobertura internacional dos jornais diminuiu", disse Tom Goldstein, reitor da faculdade. "Porque agora, mais do que nunca, nossa economia é globalizada e a maior parte de nossas preocupações é mesmo de natureza internacional."
Em seu 63º ano, o Prêmio Maria Moors Cabot é concedido anualmente a três ou quatro jornalistas que trabalham na América Latina, EUA, Canadá e Caribe, que tenham "contribuído para a liberdade de imprensa e o entendimento interamericano", segundo sua declaração de princípios.
Ao ser informado da premiação, Clóvis Rossi observou: "Ganhar um prêmio, ainda mais um prêmio internacional, é sempre muito agradável, como é óbvio. Mas representa ao mesmo tempo uma dose extra de responsabilidade, até porque pressupõe-se que jornalista premiado tenha alguma mágica para destacar-se na profissão, o que está longe de ser verdade. Acho que a única mágica que me valeu o prêmio é o esforço permanente e incansável, em tempos especialmente difíceis na história triste da América Latina".
Os jornalistas receberão o Maria Moors Cabot no dia 4 de outubro, em cerimônia no campus da Universidade Columbia, em Nova York. Além da medalha Cabot, a Faculdade de Jornalismo entregará US$ 5.000 aos premiados.

"Enviado Especial"
Clóvis Rossi, 58, trabalha na Folha desde 1980 e assina uma coluna na página A2 do jornal desde 1987. Nesse período, além de reportagens para diversas editorias, realizou coberturas no Chile, Argentina, Portugal, Espanha, Cuba e Uruguai. Este conjunto de textos resultou no livro "Enviado Especial - 25 Anos ao Redor do Mundo", lançado em 1999 pela Editora Senac, que cobre um período que vai do golpe no Chile (1973) até a Copa do Mundo na França (1998).
Paulistano, Rossi começou no jornalismo em 1963, no extinto "Correio da Manhã". Trabalhou depois em "O Estado de S.Paulo" e "Jornal do Brasil" e na revista "IstoÉ". Além de "Enviado Especial", é autor de quatro livros.
Rossi não é o primeiro brasileiro a receber o Maria Moors Cabot. Desde sua criação, foram contemplados, entre outros, Francisco de Assis Chateaubriand (1945), Roberto Marinho (1957 e 1965), Alceu Amoroso Lima (1969) e Carlos Castello Branco (1978).
A Folha recebeu seis prêmios em 1991, dois para a empresa e os outros para Otavio Frias Filho, diretor de Redação, Gilberto Dimenstein, colunista e membro do Conselho Editorial, Carlos Eduardo Lins da Silva, hoje diretor-adjunto de Redação do jornal "Valor Econômico", e Ricardo Arnt, então repórter do jornal.


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