DA REPORTAGEM LOCAL

Concebido para ser mais uma declaração de princípios do que uma relação de propostas detalhadas, o documento programático de Luiz Inácio Lula da Silva é vago ao tratar de alguns temas.
Ao falar sobre reforma previdenciária, o PT apresenta um diagnóstico da atual situação, sem apresentar uma única medida concreta.
Durante os mandatos de Fernando Henrique Cardoso, os petistas combateram todas as propostas de reforma previdenciária apresentadas pelo governo. Entre elas, estava a mudança nas regras para aposentadoria dos servidores públicos.
No texto aprovado pelo partido, no entanto, há uma referência crítica à Previdência dos funcionários públicos.
"Os pouco menos de 1 milhão de aposentados do setor público que se retiraram da ativa com salários integrais impõem aos cofres públicos um déficit em torno de R$ 40 bilhões", afirma o documento.
Segundo o partido, o principal problema da reforma apresentada por FHC, mais do que seu conteúdo, foi a forma como foi conduzida.
"O grave problema da tentativa de reforma do primeiro mandato de Fernando Henrique foi a arrogância com que se encaminhou o processo, no qual o governo transmitia enorme insegurança quanto a direitos consagrados na Constituição", diz o programa.
"O detalhamento das propostas de governo se dará em documentos posteriores", diz o coordenador do programa de governo, Antônio Palocci.

Segurança
O programa de Lula trata também em termos genéricos da questão da segurança, mas, neste caso, pelo fato de outro programa específico sobre o tema já ter sido lançado.
"A impunidade com que vem agindo o crime organizado ameaça comprometer o funcionamento das instituições democráticas, que são frequentemente infiltradas pela ação das quadrilhas", diz o texto.
Segundo o documento do partido, "os pobres são estigmatizados como criminosos e a democracia se vê ameaçada".


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