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Produtores se dividem sobre questão agrária
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE
O aumento da tensão no
campo com a posse do governo
Lula gerou uma fragmentação
nas entidades ruralistas, antes
coesas em torno da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
É um novo momento do processo de ruptura iniciado em
88, quando a UDR (União Democrática Ruralista) foi criada
para fazer frente a propostas
agrárias mais progressistas na
Constituinte. Depois da aprovação da Constituição, os ruralistas cederam espaço à CNA.
Com Lula, o poder da entidade volta a ser questionado. A
UDR renasce com força em São
Paulo e no Paraná. O Sinapro,
que prega a criação do PRB
(Partido Ruralista Brasileiro), e
o PCR, fundado no centro-sul
do PR pelo médico Humberto
Mano Costa, defendem aberta
ou informalmente o uso da força contra os sem-terra.
"A CNA vive de arrecadar
contribuição sindical. É tão pelega como qualquer outra confederação", afirma Narciso Rocha Clara, 47, presidente do Sinapro. O presidente da CNA,
Antônio Ernesto de Salvo, acusa Clara de "estelionato": "Esse
senhor recebe contribuições
dos incautos.Já cassamos uma
vez o registro do seu sindicato".
A eclosão de invasões no norte de Minas fez surgir na região
pelo menos três entidades dispostas a lutar, fora da CNA,
contra as invasões do MST. O
mesmo ocorre em Pernambuco, Paraíba e Alagoas.
(JOSÉ MASCHIO)
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