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São Paulo, domingo, 06 de julho de 2003

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Produtores se dividem sobre questão agrária

DA AGÊNCIA FOLHA, EM PRESIDENTE PRUDENTE

O aumento da tensão no campo com a posse do governo Lula gerou uma fragmentação nas entidades ruralistas, antes coesas em torno da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil).
É um novo momento do processo de ruptura iniciado em 88, quando a UDR (União Democrática Ruralista) foi criada para fazer frente a propostas agrárias mais progressistas na Constituinte. Depois da aprovação da Constituição, os ruralistas cederam espaço à CNA.
Com Lula, o poder da entidade volta a ser questionado. A UDR renasce com força em São Paulo e no Paraná. O Sinapro, que prega a criação do PRB (Partido Ruralista Brasileiro), e o PCR, fundado no centro-sul do PR pelo médico Humberto Mano Costa, defendem aberta ou informalmente o uso da força contra os sem-terra.
"A CNA vive de arrecadar contribuição sindical. É tão pelega como qualquer outra confederação", afirma Narciso Rocha Clara, 47, presidente do Sinapro. O presidente da CNA, Antônio Ernesto de Salvo, acusa Clara de "estelionato": "Esse senhor recebe contribuições dos incautos.Já cassamos uma vez o registro do seu sindicato".
A eclosão de invasões no norte de Minas fez surgir na região pelo menos três entidades dispostas a lutar, fora da CNA, contra as invasões do MST. O mesmo ocorre em Pernambuco, Paraíba e Alagoas.
(JOSÉ MASCHIO)


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