São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2006

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PAINEL

Vera Magalhães (interina) @ - painel@uol.com.br

Mais propaganda

O Planalto elevou o valor do contrato de publicidade com as agências Lew,Lara e Matisse, que cuidam da imagem institucional do governo. Agora são mais R$ 37,5 milhões à disposição do presidente Lula, 25% além do que previa o acordo anterior, de R$ 150 milhões. O aditamento da chamada "conta-mãe"" da publicidade estatal foi publicado no "Diário Oficial" da União ontem, véspera do início oficial da campanha.
Dali saíram, por exemplo, as peças publicitárias de "prestação de contas" de obras feitas nos Estados por Lula. A Secretaria da Comunicação da Presidência diz que a elevação é legal. Classifica-a ainda como "preventiva", para casos específicos de campanhas emergenciais e de utilidade pública no período eleitoral.

Vinde a mim. No primeiro dia no cargo, o tesoureiro José de Filippi Jr. foi procurado por duas empresas interessadas em doar dinheiro para a campanha de Lula.

Baião de dois. Geraldo Alckmin se dividirá entre os palanques do PSDB e do PFL na Bahia. Na sexta-feira, em Barreiras, fará carreata ao lado do governador Paulo Souto e do tucano Jutahy Júnior.

MSP. Roberto Freire (PPS) sugeriu ontem criar uma espécie de "movimento dos sem-palanque", para abrigar aliados de Alckmin em Estados onde o tucano não terá cabeças de chapa para pedir votos para ele na TV.

Acéfalo. O Espírito Santo, um dos Estados que preocupam Alckmin, também não dará palanque eletrônico para Lula: Paulo Hartung, aliado do presidente, não pode pedir votos para ele porque tem os tucanos na aliança.

QG. Enquanto procura comitê na capital, onde fará dobradinhas com aliados de Marta Suplicy, Antonio Palocci vê novo revés em sua candidatura a deputado: a Assembléia aprovou convite para ouvir Benedito Valencise, delegado que investiga corrupção na sua gestão em Ribeirão Preto.

Morcego. José Roberto Arruda (PFL-DF) inovou: inauguraria a campanha ao governo visitando hospitais um minuto após a meia-noite de hoje, ao lado do candidato a vice de Alckmin, José Jorge.

O informante. Luiz Antônio Vedoin, filho do dono da Planam, Darci Vedoin, fechou acordo de delação premiada com a Justiça. Entregou parte do esquema dos sanguessugas comandado pela empresa em depoimento à Polícia Federal no início da semana.

Estaca zero. Em jantar anteontem, a cúpula da CPI dos Sanguessugas decidiu "despartidarizar" a investigação. Pedidos para convocar os ex-ministros da Saúde José Serra (PSDB), Saraiva Felipe (PMDB) e Humberto Costa (PT) serão arquivados.

Lupa. O MEC localizou seus últimos contratos de compra de ônibus escolares: todos são de 2001. Das 107 compras seladas naquele ano, 57 foram para o Mato Grosso, muitas com empresas investigadas no caso dos sanguessugas.

Amarras. Entre as limitações ao futuro governador de São Paulo contidas na LDO de 2007 estão a revisão anual de salários, a proibição de contingenciamento de emendas e o aumento da vinculação de verbas para educação.

Digital. As mudanças na LDO foram feitas por pressão da ala do PFL ligada ao presidente da Assembléia, Rodrigo Garcia, sobre o grupo do Palácio dos Bandeirantes.

Balançou. Em conversa com um aliado na semana passada, Lula admitiu ter dúvidas sobre o Estatuto da Igualdade Racial, projeto de seu próprio governo, que cria a classificação racial.

Outro lado. O Ministério das Cidades nega que o ex-deputado Severino Cavalcanti tenha despachado na pasta na semana passada.

Tiroteio

A diminuição do ritmo é compreensível. Os congressistas vão precisar de muito tempo para explicar aos eleitores como foram capazes de inocentar aquele bando de mensaleiros.


Do cientista político RUBENS FIGUEIREDO sobre a decisão do Congresso de funcionar apenas três dias por mês até as eleições.

Contraponto

Filho da terra

Ex-prefeito de Osasco, Celso Giglio recebeu no fim do mês passado o título de cidadão avareense. Na homenagem, várias personalidades de Avaré discursavam quando a vereadora Marialva Biazon pediu a palavra:
-Na época em que o Celso Giglio era superintendente do Iams (Instituto de Previdência dos funcionários do Estado), íamos a São Paulo falar com ele sem audiência marcada. Tínhamos uma tática: era só dizer que éramos daqui da cidade que ele sempre atendia.
Giglio, que ouvia tudo calado, não resistiu e brincou:
-Então é por isso que desde então começou a aparecer tanta gente de Avaré na minha vida!


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