São Paulo, quinta-feira, 06 de julho de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Tesoureiro do PT diz que dinheiro é do tio

Filippi Jr. afirma que parente de sua mulher emprestou maior parte dos R$ 183 mil que deu como garantia numa ação

"O dinheiro é do tio Mário Moreira, que é comerciante na avenida Cupecê... Não é filiado a partido nem tem contratos com a prefeitura"

DA ENVIADA ESPECIAL A BRASÍLIA

Investigado pelo Ministério Público de São Paulo, que quer saber a origem dos R$ 183 mil dados como garantia num processo judicial, o prefeito licenciado José de Filippi Júnior disse ontem que a maior parte do dinheiro saiu de uma conta poupança de um "tio rico".
"O dinheiro é do tio Mário Moreira, que é comerciante na avenida Cupecê [SP] e também mexe com agropecuária. O tio Mário não é filiado a nenhum partido nem tem contratos com a prefeitura. Ele é o tio mais rico da minha mulher. Fez uma contribuição a título de empréstimo", afirmou o prefeito licenciado de Diadema.
Filippi disse ter procurado a ajuda do tio e de amigos para conseguir desbloquear os bens dele e da mulher -que haviam sido indisponibilizados por ordem judicial como garantia de pagamento dos R$ 183 mil.
No processo, o prefeito foi condenado em segunda instância por usar em propaganda oficial o símbolo do PT, três estrelinhas, que representariam as três gestões dele. A lei brasileira proíbe a vinculação do logotipo de administrações públicas a bandeiras partidárias.
Segundo Filippi, Moreira lhe emprestou R$ 150 mil por meio do cheque nš 2.668 do banco Santander, no dia 10 de dezembro de 2003: "Ele foi muito legal. Disse que, se eu precisasse de mais, me emprestaria".
O prefeito licenciado, que arcou com R$ 15 mil, recebeu ainda a ajuda do amigo e deputado estadual Mário Reali (PT), ex-presidente do PT em Diadema, no valor de R$ 10 mil. Outros 28 amigos, cujos nomes não foram revelados, teriam contribuído com quase R$ 7.000. Os mesmos amigos organizaram uma festa e arrecadaram R$ 1.430.
"Tenho certeza de que irei ganhar o processo e vou devolver o dinheiro, de forma corrigida, para todos", disse.
O prefeito licenciado de Diadema, que será o tesoureiro da campanha presidencial de Lula, afirmou também que a contratação do escritório de advocacia do deputado federal Luiz Eduardo Greenhalgh, sem licitação, não foi ilegal: "A própria legislação prevê, em alguns casos, a dispensa de licitação".
"Eu estranho muito tudo isso [a investigação] ocorrer de forma simultânea às decisões de campanha", disse Ricardo Berzoini, presidente do PT.


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