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COMUNICAÇÃO
Representantes das emissoras afirmam que apenas critérios técnicos e empresarias conduzem os negócios
TVs dizem ser profissionais com políticos
DA SUCURSAL DO RIO
O vice-presidente de Relações
Institucionais da Rede Globo,
Evandro Guimarães, declarou
que a empresa mantém uma relação profissional com suas afiliadas, independentemente de quem
sejam seus proprietários.
"A Globo não tem considerações político-partidárias. Isso não
tem importância para ela. Seus
critérios, tanto no jornalismo,
quanto na comercialização e na
exigência de qualidade dos equipamentos, são técnicos e empresariais", afirmou o executivo.
Indagado se o fato de ter governadores, senadores e ex-presidentes da República como acionistas de emissoras afiliadas criava embaraços para a Globo, Guimarães respondeu: "A Globo não
toma posição em relação a seus
parceiros por razões partidárias
ou políticas. Além disso, a legislação impede que políticos em exercício do cargo participem da administração de emissoras de rádio e televisão. Achamos que a lei
está correta neste ponto".
O vice-presidente da Rede Bandeirantes Antonio Teles disse que
as redes de televisão não escolhem os afiliados.
Segundo ele, a afiliação ocorre
posteriormente à obtenção da
concessão e vez por outra as estações mudam de rede.
Cita, como exemplo, o concessionário da Globo no Piauí, que já
foi de um afiliado da Band.
Miopia
Para Teles, a forte presença de
políticos é consequência da falta
de visão do empresariado.
"Os empresários não perceberam que a radiodifusão é um excelente negócio e abriram espaço
para que os políticos tomassem
conta de uma parte do mercado."
O executivo diz acreditar que o
processo vá reverter. "Não posso
acreditar que o empresariado
brasileiro continue com esta miopia. Nos Estados Unidos, os fundos de investimento estão investindo fortemente em radiodifusão. Se é um bom negócio lá, por
que não seria aqui?", pergunta.
Em sua avaliação, as telecomunicações -e a indústria do entretenimento em particular- são o
melhor negócio do mundo atual.
Anteprojeto
A Bandeirantes, segundo o diretor, defende a realização de um
grande debate nacional em torno
do anteprojeto da nova lei de radiodifusão, que incluiria a propriedade dos meios de comunicação. O anteprojeto está em audiência pública e ainda não foi enviado ao Congresso pelo governo.
Roberto Wagner, diretor da Rede Record, avalia que as emissoras de televisão são administradas
profissionalmente.
"O poder político sobre a mídia
é coisa do passado. Os equipamentos são muito caros, e as
emissoras têm de correr atrás de
anúncios. Não dá para brincar",
afirmou Wagner.
O SBT foi procurado pela Folha
na terça-feira e na quinta-feira,
mas não se manifestou sobre o assunto até o fechamento da edição.
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