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São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2003

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Marinho acha "normal" CUT ser contra reforma

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Tida como braço sindical do PT, a CUT (Central Única dos Trabalhadores) pediu que os deputados sob sua influência votassem contra o texto da reforma da Previdência elaborado pelo governo. Segundo Luiz Marinho, presidente da entidade, a atitude é "normal", porque a central é independente e precisa defender "os baixos salários".
Na avaliação da CUT, ainda há espaço para alterar pontos considerados essenciais na proposta do governo. Em entrevista à Folha, Marinho classificou como "zelo em excesso" o reforço de policiamento ontem na Câmara, determinado pelo presidente da Casa, João Paulo Cunha (PT-SP).
(IURI DANTAS)
 

Folha - Como é pregar o voto contrário a uma proposta elaborada pelo governo do PT, que a CUT ajudou a eleger?
Luiz Marinho -
Normal. Não podemos adotar uma posição meramente de oposição irresponsável a qualquer governo. Da mesma forma seria um erro ter uma postura adesista a qualquer governo.

Folha - Há constrangimento?
Marinho -
Vamos manter todas as críticas que, na nossa avaliação, forem cabíveis. Neste caso [reforma da Previdência], o governo e sua base aliada não estão atendendo a um clamor do povo, dos baixos salários. Ouviu a pressão real dos magistrados. Não houve composição com baixos salários.

Folha - O que a CUT quer mudar na proposta da reforma?
Marinho -
O teto seria importantíssimo. Estamos ainda abertos a buscar a composição entre os R$ 2.400 e os R$ 4.800. Algo intermediário. Fundamental à transição decente para os baixos salários seria a retirada do redutor de 5%, até o teto.

Folha - Como o sr. vê o reforço no policiamento ordenado pelo PT, que impede o acesso dos servidores à Câmara?
Marinho -
Vejo como um zelo em excesso, desnecessário. Era possível dialogar com as entidades, fazer listas.

Folha - O governo quer aprovar a reforma o quanto antes. Qual será a postura da CUT?
Marinho -
Vamos continuar insistindo. A luta continua: aprovou em primeiro turno, tem segundo turno e tem Senado. Vamos buscar dialogar ainda no sentido de mudança. Vamos insistir até o último minuto. Daremos continuidade à pressão. Isso será feito.


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