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ELEIÇÕES 2006/PROPAGANDA
Publicidade de candidatos some das ruas de São Paulo
Restrição a outdoors e faixas atingiu também as gráficas
ANDREA MURTA
MARCELA CAMPOS
DA REDAÇÃO
Um mês após a liberação da
propaganda pela Justiça Eleitoral, as ruas de São Paulo continuam vazias. Raros são os
muros pintados e as faixas que
faziam parte da paisagem paulistana em outras eleições.
As marginais Tietê e Pinheiros, tradicionais redutos de publicidade eleitoral, têm poucas
manifestações, em muros afastados do centro. O mesmo se dá
no viaduto do Chá, no vale do
Anhangabaú e nas avenidas
Paulista e 23 de Maio.
A escassez de propaganda
atingiu até mesmo os negócios
do setor gráfico. A Abigraf (Associação Brasileira da Indústria
Gráfica) reviu para baixo a expectativa de crescimento no faturamento, por conta das eleições, de 3% para 1,5% em 2006
-o incremento previsto é de
cerca de US$ 150 milhões. A
queda só não foi maior porque a
aposta é que, com a proibição
de showmícios e outdoors, os
recursos sejam redirecionados
para confecção de material personalizado, como panfletos.
"Clean"
O cenário mais "clean" pode
ser, em parte, atribuído à minirreforma eleitoral (lei
11.300/ 2006), aprovada em
maio e regulamentada pelo
TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A regra veta veiculação de
propaganda de qualquer natureza em bens públicos como
postes e viadutos, sob pena de
multa de R$ 2.000 a R$ 8.000.
A legislação permite, porém, fixação de faixas, adesivos e placas de até 4 m2 em propriedade
particular. Os partidos relatam
que já há eleitores cedendo
seus muros à campanha.
Francisco Campos, assessor
de comunicação do PT, afirma
que, neste ano, a campanha será apoiada na panfletagem e na
militância, além de concentração no rádio e na TV.
Paulo Cerciari, um dos coordenadores da campanha tucana em São Paulo, diz que o partido dará mais peso à propaganda na TV e que a prioridade,
no momento, é inaugurar os diretórios regionais.
Algumas das restrições da lei,
como a outdoors, beneficiaram
partidos com menos recursos,
na opinião do deputado Babá
(RJ), um dos fundadores do
PSOL. O partido aposta na militância para conseguir votos.
Rubem Fonseca Filho, da coordenação da campanha do PDT,
concorda: "Achamos ótimo isso [a nova legislação], porque
os candidatos maiores levavam
uma vantagem enorme".
Em 2002, as ruas já tinham
material de campanha de Lula
desde o início de julho. Na segunda metade do mês, o comitê
de José Serra havia espalhado
2.100 outdoors por 30 grandes
centros urbanos do país, ao
custo de cerca de R$ 875 mil
por quinzena -período para
renovação de contratos com as
empresas de propaganda.
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