São Paulo, segunda-feira, 06 de agosto de 2007

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Painel

Aécio e o veto

O governador Aécio Neves deve anunciar hoje veto integral à ampliação do foro privilegiado em Minas, iniciativa da Assembléia Legislativa para proteger 1.981 autoridades -entre elas os próprios deputados- da atuação do Ministério Público Estadual.
Será a segunda vez. No início de julho, o tucano vetou o foro ampliado, que lhe chegou na forma de emenda a um projeto do Executivo. Não obstante a maioria folgada de que o governo dispõe na Assembléia, os deputados derrubaram o veto de Aécio e restabeleceram sua blindagem, desta vez por meio de emenda a um projeto do Ministério Público. De lá para cá, o caso ganhou repercussão nacional.

Tour. A convite do governo mexicano, Marisa Letícia desembarcou no país três dias antes de Lula. Desde quinta, a primeira-dama esteve nas pirâmides Teotihuacan, visitou o Museu de Antropologia da capital e conferiu a exposição da pintora Frida Khalo.

Na vitrine. Nelson Jobim participa amanhã da reunião do conselho político. Antes de viajar, Lula pediu ao ministro da Defesa que apresente as medidas tomadas até aqui para debelar a crise aérea.

Meta. Em duas semanas, o PSOL espera reunir 50 mil assinaturas para seu abaixo-assinado pró-afastamento de Renan Calheiros (PMDB-AL). O documento será entregue ao presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia (PT-SP), e ao vice do Senado, Tião Viana (PT-AC), após manifestação em frente ao Congresso.

Limite. Os relatores do caso Renan no Conselho de Ética querem impor a última semana de agosto como prazo final para o voto na comissão. Depois de muito bate-boca, ninguém mais acredita na viabilidade de um relatório único. Aliado de Renan, Almeida Lima (PMDB-SE) deve apresentar voto em separado.

Cronologia. Técnicos do conselho levantaram as datas citadas nos depoimentos do lobista Cláudio Gontijo e de Pedro Calmon, advogado de Mônica Veloso, para cruzar os pagamentos à jornalista e a movimentação financeira de Renan. Por ora, não dá para afirmar que os saques foram feitos para pagar a pensão.

Mais papel. A PF entregou na sexta ao conselho nova solicitação de documentos relativos ao caso Renan. Quer mais notas e recibos referentes às operações de compra e venda de gado do senador.

A fonte secou. Deflagrada a Operação Selo, que revelou novo esquema de corrupção nos Correios, a PF recebeu uma enxurrada de mensagens criticando a falta de criatividade do nome, em comparação com os de suas ofensivas anteriores. Explicação: quem batizava as operações era o delegado Zulmar Pimentel, agora afastado.

Pedágio. Análise dos líderes da base em almoço com Lula na quinta-feira: a CPMF não passa no Senado sem alguma concessão aos governadores. Pode ser a partilha dos recursos ou o aumento do limite de endividamento dos Estados.

Na cadeira. Amanhã, véspera da sessão que elegerá o substituto de Antonio Carlos Magalhães na presidência da CCJ do Senado, parlamentares do DEM se reunem para fechar questão em torno do nome de Marco Maciel. Aliados do pernambucano já escolheram até o prato do jantar de comemoração: paella.

Rodízio. O Pronasci, vulgo PAC da Segurança, prevê que a Força Nacional, ora presente no Rio, tenha um efetivo de 500 homens para atuar de forma rotativa nos Estados que aderirem ao programa.

Noivado. Partidos da base de Lula como PDT, PSB e PC do B realizarão encontros em São Paulo, Minas, Rio, Rio Grande do Sul e Bahia. Querem fechar pré-acordos para as eleições do ano que vem.

Tiroteio

A estabilidade de Lula qualifica a base aliada a vencer as eleições em 2008 e em 2010 fazer o sucessor. Que deve ser do PT, o partido com melhores condições de preservar a aliança.


Do deputado CÂNDIDO VACAREZZA (PT-SP), sobre a pesquisa Datafolha que indica um patamar inalterado de aprovação ao presidente a despeito da crise aérea e do acidente em Congonhas.

Contraponto

Panamericanos

O ministro das Cidades, Márcio Fortes, abriu a reunião do conselho político de Lula, na quinta passada, defendendo projeto de apoio ao transporte público nos municípios. Outros temas foram abordados em seguida. Último a falar antes do presidente, o deputado baiano Mário Negromonte, líder do PP, partido de Fortes, retomou, quase que com as mesmas palavras, o discurso do ministro.
Ainda influenciado pelo espírito do Pan, o líder do PSB na Câmara, Márcio França (SP) virou-se para o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e comentou:
-Isso aqui está parecendo nado sincronizado!


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