São Paulo, quarta-feira, 06 de agosto de 2008

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Termômetro supremo

Dos 11 ministros do STF, apenas dois -Carlos Ayres Britto e Joaquim Barbosa- são considerados votos certos a favor da ação da Associação dos Magistrados Brasileiros que contesta o direito de candidatos com "ficha suja" participarem de eleições, a ser julgada hoje pelo tribunal. Há ainda a expectativa de um ou dois votos favoráveis dentro de um conjunto de três que inclui os ministros Ellen Gracie, Carmen Lúcia e Ricardo Lewandovsky. E não mais do que isso.
Amanhã, em outro caso que promete grande repercussão, é esperado algum pedido de vista no julgamento do uso de algemas, seja pela complexidade do tema, seja porque o relator, Marco Aurélio Mello, deve apresentar um voto bastante abrangente.



Outras palavras. O presidente da Fiesp, Paulo Skaf, nega ter mencionado sua "articulação com o empresariado" e a "falta de carisma" dos postulantes tucanos ao descrever, em encontro com políticos na semana passada, seu plano de disputar o governo de São Paulo pelo PSDB.

Vai sonhando. Há muito cientes do projeto de Skaf, que para início de conversa teria de se filiar ao partido, tucanos recomendam que ele vá bater em outra porta. "É mais fácil alguém se eleger presidente da Fiesp sem passar por presidência de sindicato do que ser candidato a governador pelo PSDB nas condições dele", afirma um cacique.

Debate complexo. As 12 associações de moradores do Complexo do Alemão convidaram os 11 candidatos a prefeito do Rio para debater nos dias 13 e 14 de setembro numa quadra local. Seriam cinco num dia e seis no outro, respondendo a questões de jornalistas e moradores. Afirmam ser uma resposta ao cerceamento da campanha em áreas de favela, como aconteceu na vizinha Vila Cruzeiro.

Tudo dominado. Os meios de comunicação de Jader Barbalho (PMDB) fecharam contratos de exclusividade para contratação de pesquisas Ibope e Vox Populi em Ananindeua, município paraense em que o filho do deputado, Helder, é candidato à reeleição. O Ibope mais recente lhe dá 46%, 14 pontos à frente do segundo colocado.

Turístico. No almoço que Cristina Kirchner ofereceu à Lula anteontem em Buenos Aires, Dilma Rousseff fez questão de ser apresentada a Miguel Bonasso, que na década de 70 foi um dos líderes do grupo guerrilheiro "Montoneros". Hoje, é deputado.

Enviada. Foi a mulher do delegado Protógenes Queiroz quem procurou a CPI dos Grampos na Câmara para descobrir o procedimento burocrático que permitiria adiar o depoimento do marido.

Currículo. Do senador Antonio Carlos Valadares (PSB-SE), defendendo o emprego dado em seu gabinete à mulher do governador Marcelo Déda (PT), que no entanto vive em Aracaju: "Ela é técnica da área social, não uma burocrata que fica em frente do computador, nem madame de participar de chazinho".

Um por todos. De volta a Brasília, o presidente do PMDB, Michel Temer, engatou "dieta solidária" com os correligionários Geddel Vieira Lima (BA) e Henrique Eduardo Alves (RN). O plano inclui restrição alimentar e caminhadas matinais. O ministro da Integração é o que tem mais calorias a queimar.

Viés de alta. Temer, autor do projeto que limita buscas em escritórios de advocacia, conversou com Tarso Genro e diz que, segundo o ministro da Justiça, a tendência é que Lula sancione a medida, vetando um parágrafo.

Viés de baixa. Entre os líderes da Câmara, disseminou-se a avaliação de que a MP criadora do Ministério da Pesca pode ter o mesmo destino que foi dado no Senado à MP da Secretaria do Longo Prazo, de Mangabeira Unger.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Há violação de privacidade e hipótese de crime de abuso de autoridade no caso de a senha ser usada sem limitação temporal."

De MARCO MACIEL (DEM-PE), presidente da CCJ do Senado, descrevendo a inconstitucionalidade da decisão judicial que permitiu à Polícia Federal monitorar indefinidamente as ligações de qualquer assinante das empresas telefônicas.

Contraponto

Tempo real

Em recente visita a um albergue para moradores de rua, logo após a divulgação do Datafolha que o mostrou estacionado no terceiro lugar, Gilberto Kassab (DEM) foi interpelado por um dos usuários do local.
-Quero dizer uma coisa na frente das câmeras!
O prefeito olhou prontamente para a câmera, que captava imagens para seu programa eleitoral, à espera de um comentário simpático do homem, que disse na lata:
-O sr. tem um real?
Desconcertado, Kassab explicou que estava sem a carteira naquele momento, ouvindo como resposta:
-Está pior que eu, hein?


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