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"Senado está parecendo a Bolívia", diz Mendes
Presidente do STF compara crise na Casa a quadro político instável do país
País teve três presidentes entre 2002 e 2005; já no Senado, nos últimos oito anos, dois ex-presidentes renunciaram ao cargo
BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro
Gilmar Mendes, comparou ontem o Senado brasileiro à Bolívia ao comentar a crise pela
qual passa a instituição e o presidente da Casa, senador José
Sarney (PMDB-AP).
O ministro declarou que a
instabilidade dos ocupantes do
cargo de presidente do Senado
é similar ao quadro político boliviano. A declaração foi dada
em Belo Horizonte, após encontro com secretários de Justiça e de Segurança Pública .
"Já há algum tempo, o Senado não encontra meios e modos
de um funcionamento regular.
Praticamente, o Senado hoje
está parecendo a Bolívia. Os
presidentes não terminam o
mandato. Ou ficam ameaçados
da perda de mandato", afirmou.
O presidente boliviano, Evo
Morales, está no cargo desde janeiro de 2006. No ano passado,
o país viveu crise após reforma
constitucional.
Entre 2002 e 2005, a Bolívia
teve três presidentes. Revoltas
populares derrubaram Gonzalo Sanchéz de Lozada (2003) e
Carlos Mesa (2005). No Senado, nos últimos oito anos, dois
ex-presidentes renunciaram.
Mendes também voltou a
atacar o ex-diretor da Polícia
Federal Paulo Lacerda. Disse
que vazamentos ocorriam "às
vezes para denegrir a imagem
das pessoas".
A reportagem tentou, sem
sucesso, contato com Lacerda.
A PF não quis comentar.
Após classificar como "crime" o vazamento de informações sigilosas, Mendes não opinou sobre a legalidade da publicação destas pela imprensa.
Na semana passada, o jornal
"O Estado de S. Paulo" foi proibido de divulgar informações
sobre investigações sigilosas
envolvendo o empresário Fernando Sarney, filho do senador
José Sarney.
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