São Paulo, quinta-feira, 06 de agosto de 2009

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"Senado está parecendo a Bolívia", diz Mendes

Presidente do STF compara crise na Casa a quadro político instável do país

País teve três presidentes entre 2002 e 2005; já no Senado, nos últimos oito anos, dois ex-presidentes renunciaram ao cargo


BRENO COSTA
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Gilmar Mendes, comparou ontem o Senado brasileiro à Bolívia ao comentar a crise pela qual passa a instituição e o presidente da Casa, senador José Sarney (PMDB-AP).
O ministro declarou que a instabilidade dos ocupantes do cargo de presidente do Senado é similar ao quadro político boliviano. A declaração foi dada em Belo Horizonte, após encontro com secretários de Justiça e de Segurança Pública .
"Já há algum tempo, o Senado não encontra meios e modos de um funcionamento regular. Praticamente, o Senado hoje está parecendo a Bolívia. Os presidentes não terminam o mandato. Ou ficam ameaçados da perda de mandato", afirmou.
O presidente boliviano, Evo Morales, está no cargo desde janeiro de 2006. No ano passado, o país viveu crise após reforma constitucional.
Entre 2002 e 2005, a Bolívia teve três presidentes. Revoltas populares derrubaram Gonzalo Sanchéz de Lozada (2003) e Carlos Mesa (2005). No Senado, nos últimos oito anos, dois ex-presidentes renunciaram.
Mendes também voltou a atacar o ex-diretor da Polícia Federal Paulo Lacerda. Disse que vazamentos ocorriam "às vezes para denegrir a imagem das pessoas".
A reportagem tentou, sem sucesso, contato com Lacerda. A PF não quis comentar.
Após classificar como "crime" o vazamento de informações sigilosas, Mendes não opinou sobre a legalidade da publicação destas pela imprensa.
Na semana passada, o jornal "O Estado de S. Paulo" foi proibido de divulgar informações sobre investigações sigilosas envolvendo o empresário Fernando Sarney, filho do senador José Sarney.


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