|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Senador evita imprensa, não discursa, deixa de presidir sessão e afirma que vai "ganhar"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
No dia em que o Conselho de
Ética aprovou o parecer em que
pede a cassação do seu mandato, o presidente do Senado, Renan Calheiros, evitou ontem
discursos, entrevistas, e, nas
duas horas em que permaneceu
na Casa, disse apenas uma frase
a uma repórter da Agência Senado. "Vamos ganhar. É ter calma", afirmou.
Renan chegou ao Senado às
9h35, cerca de uma hora antes
do horário costumeiro. Se trancou no gabinete da presidência
e saiu duas horas depois, também sem falar com a imprensa.
Embora tivesse dito a assessores que iria à posse de Carlos
Alberto Direito no STF (Supremo Tribunal Federal), pela tarde, não apareceu.
Renan igualmente não retornou para presidir a sessão do
Senado à tarde. Tanto na solenidade do STF como no plenário do Senado, ele foi substituído pelo vice-presidente, Tião
Viana (PT-AC).
Após deixar o Senado pela
manhã, o senador teria seguido
para a residência oficial, no Lago Sul, região nobre de Brasília.
Estiveram na casa de Renan os
senadores José Sarney
(PMDB-AP) e Almeida Lima
(PMDB-SE), esse último um de
seus principais defensores no
Conselho de Ética.
"Ele está normal, ele sabe
que o que foi votado é um parecer, e o próprio nome diz, parece ser, não é, não é uma sentença. O veredicto será dado pelo
plenário, e ele está plenamente
confiante no plenário", disse
Almeida Lima após deixar a casa de Renan.
Aliados do presidente do Senado dizem que os favoráveis à
cassação não conseguiriam
reunir, hoje, mais do que 35 votos, sendo que são necessários
pelo menos 41 para que a cassação ocorra. Eles ressaltam que
durante os últimos anos Renan
teria se tornado um especialista na "contagem de cabeças"
entre os 81 senadores.
Seus aliados também disseram que o senador lembrou ontem por algumas vezes que "resiste" mesmo depois de cem
dias de crise, desde que a revista "Veja" divulgou a suspeita de
que ele teve contas pagas por
um lobista -a reportagem saiu
em 25 de maio, há 104 dias.
(RANIER BRAGON E FERNANDA KRAKOVICS)
Texto Anterior: Lula afirma que Renan é "problema do Congresso" Próximo Texto: Schincariol deu R$ 50 mil para relator em 2006 Índice
|