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Painel
Renata Lo Prete - painel@uol.com.br
Pavio aceso
Um cardeal petista e um conhecido advogado de São
Paulo debateram por telefone, anteontem, a seguinte
questão: o que poderá acontecer com o mandato do
senador Aloizio Mercadante (restam-lhe quatro
anos) caso a investigação da Polícia Federal conclua
que no R$ 1,7 milhão reunido para pagar o dossiê contra José Serra havia dinheiro da campanha do PT ao
governo estadual. A conversa não foi conclusiva. Mercadante tem repetido que desconhecia a armação e o
envolvimento de seu braço direito, Hamilton Lacerda, acusado pela PF de carregar a mala pagadora.
No PT, espera-se que apareça no curto prazo um novo personagem no caso. Ele seria, no dizer de um dirigente partidário, "importante figura da República".
Não bate. Petistas que defendem a permanência de Ricardo Berzoini na presidência
do partido alegam que seu
afastamento põe em xeque a
versão segundo a qual o caso
do dossiê contra tucanos seria
idéia da ala paulista da sigla.
Ponto de vista. Cotado
para assumir a presidência do
PT caso Berzoini peça afastamento, o coordenador da
campanha de Lula, Marco Aurélio Garcia, desconversa sobre a reunião da Executiva
Nacional hoje: "O problema
do partido não é se Berzoini
fica ou não. É eleger Lula".
Conterrâneos.
Ciro Gomes (PSB) e Eunício Oliveira
(PMDB), campeões de voto
no Ceará, e a prefeita Luizianne Lins (PT) vão participar do
programa de TV de Lula pedindo que "nordestinos que
vivem em São Paulo" votem
no petista, pois, com certeza,
"têm algum parente que vive
melhor" graças a seu governo.
Fixação. O PT estuda levar
ao programa eleitoral gratuito
a imagem de ACM, grande
derrotado na Bahia. A idéia é
associar o pefelista a Geraldo
Alckmin numa contraposição
a Lula, que seria apresentado
como alguém que "desmontou oligarquias", apesar de ter
José Sarney como aliado.
Boleiro. Após Jutahy Júnior
(PSDB) criticar duramente o
carlismo diante de Alckmin
ontem na Bahia, ACM Neto
abriu a reunião dos pefelistas
com o tucano com esta: "Queremos agregar, não dividir".
Reservistas. Três gaúchos
que integraram o governo
FHC vão reforçar a campanha
de Alckmin. Eliseu Padilha
(PMDB), até então coordenador estadual, ficará em Brasília e terá a ajuda do também
ex-ministro Francisco Turra
(PP) e de Osmar Terra, que foi
secretário-executivo do Comunidade Solidária.
Santo de casa... Yeda
Crusius prepara comício de
Alckmin em Santa Maria, do
prefeito Valdeci Oliveira, que
deixou a coordenação gaúcha
da campanha de Lula para dar
lugar a Miguel Rossetto.
...não faz milagre. Na cidade administrada por Oliveira, o presidenciável tucano
bateu o petista com 60% dos
votos no primeiro turno.
Prato frio. Em conversa
com aliados, Mendonça Filho
(PFL) tem ameaçado pegar
pesado com Eduardo Campos
(PSB) na propaganda eleitoral
pernambucana. "Ele se faz de
santinho, mas pôs meu pai no
horário eleitoral. Ele que me
aguarde", repete o pefelista.
Visitas à Folha. Walter
Nunes da Silva Júnior, presidente da Ajufe (Associação
dos Juízes Federais do Brasil), visitou ontem a Folha.
Estava acompanhado de Nino
Oliveira Toldo, vice-presidente da 3ª Região, de José
Eduardo Leonel Ferreira, diretor, de Paulo Ricardo Arena
Filho, secretário-geral, e de
Marcello Granado, juiz federal.
Clifford Sobel, embaixador
dos Estados Unidos no Brasil,
visitou ontem a Folha. Estava
acompanhado de Christhopher McMullen, cônsul-geral
em São Paulo, e de Jennifer
Bullock, adida de imprensa
do consulado.
Tiroteio
"Se Frateschi também tivesse sido fraterno com
Lula, não estaríamos discutindo segundo turno."
Do deputado federal WALTER PINHEIRO (PT-BA) sobre o presidente do
PT paulista, Paulo Frateschi, que defendeu os envolvidos na tentativa
de compra do dossiê contra os tucanos e criticou o presidente Lula por
tratá-los de "maneira muito pesada".
Contraponto
Imagem é tudo
Como parte da recente política governamental de afagos à imprensa, repórteres foram chamados a falar com
os ministros ao final da reunião em que foi discutida sua
participação na campanha de Lula. Após alguns minutos
de entrevista de Dilma Rousseff (Casa Civil), o anfitrião,
Hélio Costa, pediu que fosse feita a última pergunta.
-Olha só, que chique o assessor de imprensa que eu arrumei: o ministro das Comunicações!-, observou Dilma.
Os repórteres, então, abordaram Guido Mantega (Fazenda), que no dia anterior havia sido acusado de usar o
cargo para fazer campanha. Ele avisou que não falaria.
-Guido, trate os meninos melhor !- cobrou Dilma.
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