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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Frossard e Maia recuam e voltam à campanha tucana
Deputada retrocede em declaração e diz que Alckmin foi "vítima de Garotinho"
Candidata ao governo do
Rio identifica "armação" e "safadeza" do PMDB contra ex-governador de SP, agora descrito como "ingênuo"
SÉRGIO RANGEL
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO
O PFL do Rio, do prefeito Cesar Maia, e a candidata do PPS
ao governo, Denise Frossard,
recuaram e anunciaram ontem
que vão continuar a apoiar o
candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.
Anteontem, Frossard havia
pregado o voto nulo e, ontem,
tratou Alckmin como "vítima"
de uma "safadeza" e "armação
odiosa" do casal Anthony e Rosinha Garotinho e de Sérgio Cabral (PMDB).
Frossard voltou atrás no início da noite, sob forte pressão
do presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire. Rodrigo Maia, líder do PFL na Câmara e filho de Cesar Maia,
também prometeu que o partido voltará à campanha, embora
coordenada pelo PSDB local.
Segundo Frossard, Alckmin
lhe disse por telefone que Garotinho havia oferecido o apoio
por intermédio do presidente
do PSDB, Tasso Jereissati (CE).
Essa versão é contestada por
Garotinho, que afirma ter recebido um telefonema de Alckmin pedindo seu apoio.
"Geraldo é um homem educado. Tasso falou para ele ligar
para Garotinho, que bem ao estilo "malandrinho", disse que
queria abraçá-lo em São Paulo.
Foi um golpe plantado por Garotinho", disse Frossard, antes
de reafirmar que votará e recomendará voto no tucano, a
quem voltou a chamar de "ingênuo de Pindamonhangaba".
"É visível que houve um golpe, uma artimanha. Alckmin foi
vítima do casal Garotinho e do
Sérgio Cabral. (...) Houve uma
armação odiosa. Rosinha, Garotinho e Cabral são da política
da malandragem, da ginga, estão preocupados em como vão
dar o golpe. Jogaram isso no colo do Geraldo, que é lá de Pindamonhangaba, é ingênuo e não
conhece o Rio."
Indagada se um presidente
da República poderia ser "ingênuo", ela respondeu que "não
deveria ser" e teria que ser
"bem assessorado".
Para ela, a jogada do PMDB
foi transferir a rejeição de Garotinho ao tucano -"homem
do interior"- e, assim, "vampirizá-lo". "Foi uma safadeza que
fizeram com o Alckmin, um
golpe quase de mestre."
"Garotinho e Cabral perceberam que o grande impacto no
Rio contrário a Cabral é a rejeição ao Garotinho. (...) Ele mandou para lá quem atrapalhava
na candidatura. Pegaram e a jogaram no colo do Geraldo e ficaram com Lula. A sociedade já
entendeu isso", afirmou pela
manhã, antes da reunião com
Roberto Freire.
Sobre a decisão que anunciara anteontem, de anular o voto
para presidente , disse que falara "em um momento de emoção". Na quarta-feira, o presidente do PPS, ao criticá-la, atribuíra suas declarações a "um
rompante".
"Não recomendo voto nulo,
falei em um momento de emoção. A foto [de Alckmin com
Garotinho] estarrece qualquer
cidadão do Rio. A foto é um
horror. Vou dar meu voto, solitário e triste, mas vou."
O deputado federal e líder do
PFL, Rodrigo Maia, condicionara horas antes a retomada do
apoio de Cesar Maia e Frossard
a "dar clareza à população do
Rio que a foto com Garotinho
foi um erro". Ele se encontrou
com Alckmin e seu vice, José
Jorge (PFL) na noite de quarta-feira e disse ter ouvido do tucano o reconhecimento do erro
de ter posado para tal foto.
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