São Paulo, sexta-feira, 06 de outubro de 2006

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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Frossard e Maia recuam e voltam à campanha tucana

Deputada retrocede em declaração e diz que Alckmin foi "vítima de Garotinho"

Candidata ao governo do Rio identifica "armação" e "safadeza" do PMDB contra ex-governador de SP, agora descrito como "ingênuo"


SÉRGIO RANGEL
RAPHAEL GOMIDE
DA SUCURSAL DO RIO

O PFL do Rio, do prefeito Cesar Maia, e a candidata do PPS ao governo, Denise Frossard, recuaram e anunciaram ontem que vão continuar a apoiar o candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.
Anteontem, Frossard havia pregado o voto nulo e, ontem, tratou Alckmin como "vítima" de uma "safadeza" e "armação odiosa" do casal Anthony e Rosinha Garotinho e de Sérgio Cabral (PMDB).
Frossard voltou atrás no início da noite, sob forte pressão do presidente do PPS, deputado federal Roberto Freire. Rodrigo Maia, líder do PFL na Câmara e filho de Cesar Maia, também prometeu que o partido voltará à campanha, embora coordenada pelo PSDB local.
Segundo Frossard, Alckmin lhe disse por telefone que Garotinho havia oferecido o apoio por intermédio do presidente do PSDB, Tasso Jereissati (CE). Essa versão é contestada por Garotinho, que afirma ter recebido um telefonema de Alckmin pedindo seu apoio.
"Geraldo é um homem educado. Tasso falou para ele ligar para Garotinho, que bem ao estilo "malandrinho", disse que queria abraçá-lo em São Paulo. Foi um golpe plantado por Garotinho", disse Frossard, antes de reafirmar que votará e recomendará voto no tucano, a quem voltou a chamar de "ingênuo de Pindamonhangaba".
"É visível que houve um golpe, uma artimanha. Alckmin foi vítima do casal Garotinho e do Sérgio Cabral. (...) Houve uma armação odiosa. Rosinha, Garotinho e Cabral são da política da malandragem, da ginga, estão preocupados em como vão dar o golpe. Jogaram isso no colo do Geraldo, que é lá de Pindamonhangaba, é ingênuo e não conhece o Rio."
Indagada se um presidente da República poderia ser "ingênuo", ela respondeu que "não deveria ser" e teria que ser "bem assessorado".
Para ela, a jogada do PMDB foi transferir a rejeição de Garotinho ao tucano -"homem do interior"- e, assim, "vampirizá-lo". "Foi uma safadeza que fizeram com o Alckmin, um golpe quase de mestre."
"Garotinho e Cabral perceberam que o grande impacto no Rio contrário a Cabral é a rejeição ao Garotinho. (...) Ele mandou para lá quem atrapalhava na candidatura. Pegaram e a jogaram no colo do Geraldo e ficaram com Lula. A sociedade já entendeu isso", afirmou pela manhã, antes da reunião com Roberto Freire.
Sobre a decisão que anunciara anteontem, de anular o voto para presidente , disse que falara "em um momento de emoção". Na quarta-feira, o presidente do PPS, ao criticá-la, atribuíra suas declarações a "um rompante".
"Não recomendo voto nulo, falei em um momento de emoção. A foto [de Alckmin com Garotinho] estarrece qualquer cidadão do Rio. A foto é um horror. Vou dar meu voto, solitário e triste, mas vou."
O deputado federal e líder do PFL, Rodrigo Maia, condicionara horas antes a retomada do apoio de Cesar Maia e Frossard a "dar clareza à população do Rio que a foto com Garotinho foi um erro". Ele se encontrou com Alckmin e seu vice, José Jorge (PFL) na noite de quarta-feira e disse ter ouvido do tucano o reconhecimento do erro de ter posado para tal foto.


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