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Só no PSDB, Alckmin se rende e diz que seguirá partido
Ex-governador prega fidelidade à sigla, em recado aos tucanos dissidentes
Presidente dos tucanos paulistanos diz que vai defender apoio a Kassab; partido deve se reunir hoje ou amanhã para decidir posição
JOSÉ ALBERTO BOMBIG
ANA FLOR
DA REPORTAGEM LOCAL
Isolado no PSDB paulistano
após nova derrota nas urnas,
Geraldo Alckmin afirmou ontem à noite que irá apoiar quem
seu partido determinar no segundo turno da eleição para
prefeito de São Paulo.
"Eu me orgulho dos valores
do PSDB, foi isso o que fiz [defendê-los] durante toda a minha campanha (...). Como homem de partido, vou seguir
uma decisão partidária, como
sempre aconteceu nesses 20
anos de PSDB", disse ele, em recado direto aos dissidentes tucanos que trabalharam por Gilberto Kassab (DEM).
A obediência de Alckmin à sigla é o primeiro gesto dele para
tentar manter seu nome viável
dentro da sigla rumo a 2010, já
que, a partir de agora, a ala ligada a José Serra e que apoiou
Kassab será ainda mais forte na
capital e também no Estado.
Ao chegar ontem à noite ao
apartamento da família Alckmin, no Morumbi (zona oeste),
o presidente dos tucanos paulistanos, José Henrique Reis
Lobo, praticamente antecipou
a decisão: "Vamos nos reunir
amanhã [hoje] ou depois para
decidir sobre o segundo turno.
Eu, pessoalmente, vou defender o apoio ao Kassab".
O próprio ex-governador, segundo a Folha apurou, pediu
que o diretório municipal do
PSDB na capital, o mesmo que
referendou sua candidatura
contra a vontade da ala ligada a
Serra, delibere oficialmente sobre a união com Kassab.
Se ela for aprovada, Alckmin,
até para manter a "coerência"
em relação ao discurso que
vem adotando, vai declarar
apoio ao atual prefeito.
"Esta não foi minha primeira
eleição nem será a última",
afirmou Alckmin, que agradeceu os votos recebidos e lamentou não ter podido "trabalhar
novamente por São Paulo".
O ex-governador não quis
dar entrevista aos jornalistas.
Por volta das 22h, ele fez um
pronunciamento rápido em
defesa da fidelidade ao PSDB.
Sem essa sinalização clara de
que está disposto a colaborar
com o projeto de Serra concorrer à sucessão do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva, Alckmin dificilmente irá recompor
seu espaço na sigla.
"O partido deu um exemplo
ruim para a política nesta eleição. Agora, tem que tomar uma
nova decisão. O PSDB não é
uma coisa de passagem", disse
o deputado federal Edson Aparecido, coordenador da campanha de Alckmin.
"Eu vou seguir a posição do
partido. Amanhã [hoje], a gente conversa. O mais importante
é construir a unidade partidária rumo a 2010", disse José
Aníbal, líder da bancada tucana
na Câmara dos Deputados.
Não será simples, no entanto, do ponto de vista do ex-governador, recompor seus laços
com o DEM. Na reta final do
primeiro turno, o candidato tucano fez duros ataques à administração do atual prefeito e
chegou a classificá-lo como
"dissimulado". Também ocorreram rusgas com Serra, que
praticamente se ausentou da
campanha de Alckmin.
Anteontem, por exemplo,
fracassou uma negociação que
pretendia fazer com que Alckmin votasse acompanhado do
governador -que, no entanto,
ligou para o candidato derrotado na noite de ontem.
No primeiro caso -a aproximação com Kassab-, Alckmin
deverá adotar um discurso de
que seu adversário "natural"
sempre foi o PT, representado
no segundo turno por Marta
Suplicy, e que os ataques ao democrata foram feitos no calor
da campanha.
Em relação a Serra, Alckmin
espera que o governador encontre nele uma solução para o
caso de, se for concorrer ao Planalto, abrir mão de disputar a
sucessão no Estado. "Os índices de rejeição ao Geraldo, segundo todas as pesquisas, permanecem muito baixos, além
de ele ser muito forte no interior. É isso que o partido precisa preservar", disse Aparecido.
Manhã
Alckmin votou na manhã de
ontem acompanhado da família, de assessores, de deputados
e de ex-secretários do Estado.
O tucano visitou logo depois a
favela de Paraisópolis.
Colaborou NANCY DUTRA
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