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Poucos presentes a concentração tucana pregam união no partido
SYLVIA COLOMBO
DA REPORTAGEM LOCAL
Faltavam poucos minutos
para o encerramento das urnas
e o espaço alugado pelo PSDB
para reunir a militância, no
bairro da Liberdade, estava
praticamente vazio. No telão, o
jogo Cagliari x Milan, com seu
trio de astros brasileiros, atraía
mais a atenção dos presentes
do que o noticiário eleitoral.
Na ampla entrada do lugar,
moças distribuíam adesivos aos
que se animavam a passar. Ao
lado, um imenso cartaz exibia o
candidato Geraldo Alckmin
com sorriso aberto, em flagrante contraste com o muxoxo dos
presentes.
Aos poucos, os eleitores tucanos foram chegando, mas nem
de longe preencheram o saguão
cheio de cadeiras vazias. Tampouco atacaram o estoque de
copos de guaraná e pacotes de
pipoca que permaneceram por
um bom tempo praticamente
intocados. Líderes tucanos
também não deram as caras.
Bandeiras enroladas foram deixadas sobre os assentos.
"Cometemos um engano ao
deixar o partido ficar dividido.
Depois do primeiro turno, temos de tomar uma posição única, apoiando a candidatura
Kassab", disse Clodoaldo Pelissioni, tesoureiro municipal do
partido. Marcos Monteiro,
também tesoureiro, mas do diretório estadual, disse que o
PSDB precisa esforçar-se para
permanecer unido. "E a única
perspectiva é apoiando Kassab.
Nosso oponente é o PT."
Não muito longe dali, no comitê de campanha do prefeito,
na avenida Nove de Julho, alguns poucos militantes tucanos já estavam na festa desde o
começo da tarde. Manuel Dutra, do diretório do Tucuruvi,
disse que é hora de o PSDB superar a "briguinha" que dividiu
o partido no primeiro turno e
unir-se contra o PT. "Nossa adversária é a Marta, e nossa missão é unificar o partido, apoiando a candidatura do prefeito."
O futuro de Alckmin não era
um assunto entre os militantes.
O candidato derrotado parece
encaixar-se cada vez mais no
jargão "cristianização", cunhado em 1950, quando Cristiano
Machado lançou-se candidato
à Presidência pelo Partido Social Democrático, que acabou
abandonando o político para
apoiar Getúlio Vargas.
Quando a apuração inicial
mostrou uma distância menor
do que a prevista entre Alckmin
e Marta Suplicy (PT), alguns
militantes no salão da Liberdade deixaram as rodinhas de bate-papo e aproximaram-se das
telas de TV. Mas o desânimo fez
com que logo voltassem as costas novamente.
Durante a tarde, havia a expectativa de que Alckmin em
algum momento aparecesse na
"não-festa", "nem que seja pra
agradecer a militância", reclamava uma senhora. Por volta
das 21h, porém, veio a notícia
de que ele não viria.
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