São Paulo, segunda-feira, 06 de outubro de 2008

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Poucos presentes a concentração tucana pregam união no partido

SYLVIA COLOMBO
DA REPORTAGEM LOCAL

Faltavam poucos minutos para o encerramento das urnas e o espaço alugado pelo PSDB para reunir a militância, no bairro da Liberdade, estava praticamente vazio. No telão, o jogo Cagliari x Milan, com seu trio de astros brasileiros, atraía mais a atenção dos presentes do que o noticiário eleitoral.
Na ampla entrada do lugar, moças distribuíam adesivos aos que se animavam a passar. Ao lado, um imenso cartaz exibia o candidato Geraldo Alckmin com sorriso aberto, em flagrante contraste com o muxoxo dos presentes.
Aos poucos, os eleitores tucanos foram chegando, mas nem de longe preencheram o saguão cheio de cadeiras vazias. Tampouco atacaram o estoque de copos de guaraná e pacotes de pipoca que permaneceram por um bom tempo praticamente intocados. Líderes tucanos também não deram as caras. Bandeiras enroladas foram deixadas sobre os assentos.
"Cometemos um engano ao deixar o partido ficar dividido. Depois do primeiro turno, temos de tomar uma posição única, apoiando a candidatura Kassab", disse Clodoaldo Pelissioni, tesoureiro municipal do partido. Marcos Monteiro, também tesoureiro, mas do diretório estadual, disse que o PSDB precisa esforçar-se para permanecer unido. "E a única perspectiva é apoiando Kassab. Nosso oponente é o PT."
Não muito longe dali, no comitê de campanha do prefeito, na avenida Nove de Julho, alguns poucos militantes tucanos já estavam na festa desde o começo da tarde. Manuel Dutra, do diretório do Tucuruvi, disse que é hora de o PSDB superar a "briguinha" que dividiu o partido no primeiro turno e unir-se contra o PT. "Nossa adversária é a Marta, e nossa missão é unificar o partido, apoiando a candidatura do prefeito."
O futuro de Alckmin não era um assunto entre os militantes. O candidato derrotado parece encaixar-se cada vez mais no jargão "cristianização", cunhado em 1950, quando Cristiano Machado lançou-se candidato à Presidência pelo Partido Social Democrático, que acabou abandonando o político para apoiar Getúlio Vargas.
Quando a apuração inicial mostrou uma distância menor do que a prevista entre Alckmin e Marta Suplicy (PT), alguns militantes no salão da Liberdade deixaram as rodinhas de bate-papo e aproximaram-se das telas de TV. Mas o desânimo fez com que logo voltassem as costas novamente.
Durante a tarde, havia a expectativa de que Alckmin em algum momento aparecesse na "não-festa", "nem que seja pra agradecer a militância", reclamava uma senhora. Por volta das 21h, porém, veio a notícia de que ele não viria.


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