|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Reeleito, Beto Richa se credencia ao governo
Vitória folgada, com 77% dos votos válidos, credencia prefeito como principal candidato do PSDB ao Estado em 2010
Em aliança de 11 partidos,
tucano obteve o melhor
desempenho de um prefeito
eleito na cidade desde 1985,
após fim do regime militar
DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA
O prefeito de Curitiba, o engenheiro civil Beto Richa
(PSDB), 43, confirmou ontem o
favoritismo nas pesquisas e foi
reeleito em primeiro turno.
Com a apuração encerrada, o
tucano teve 77,27% dos votos
válidos, contra 18,17% de Gleisi
Hoffmann (PT).
A vitória folgada de Richa o
credencia a ser um dos possíveis candidatos do PSDB para o
governo do Estado em 2010.
Ontem pela manhã, ao votar
em uma escola na zona norte de
Curitiba, Richa foi evasivo ao
comentar uma eventual candidatura ao governo. "Vamos ver.
Não sofro de ansiedade para
projetos futuros como outros
políticos."
O tucano obteve o melhor desempenho de um prefeito eleito em Curitiba desde 1985,
quando a disputa nas capitais
foi restabelecida após o fim do
regime militar.
A eleição na capital paranaense não era definida no primeiro turno desde 1996, quando o hoje deputado federal Cassio Taniguchi (DEM) foi eleito
com 54% dos votos.
A costura política para a reeleição de Richa montou uma
aliança de 11 partidos. Os tucanos convenceram siglas como
DEM e PPS, que sempre tiveram boa votação na cidade, a
não lançar candidato próprio.
O objetivo foi evitar a pulverização de votos e a realização
de segundo turno, o que poderia ensejar a reorganização da
oposição a Richa, sob o comando do PT e do PMDB do governador Roberto Requião.
Mesmo com apoio dos governos estadual e federal, a frente
de oposição ao tucano sofreu, a
exemplo de 2004, nova derrota
para o grupo político que comanda a Prefeitura de Curitiba
desde a década de 70, e que teve
como principal expoente o ex-prefeito e ex-governador Jaime
Lerner.
Gleisi
Gleisi atribuiu a derrota à
boa avaliação do prefeito, conquistada, segundo ela, com ajuda da "conjuntura econômica e
política nacional". "Isso leva
quem já está no poder a sair beneficiado". A petista disse ainda
que o PT irá exercer "fiscalização e crítica" sobre a administração do tucano.
Pela manhã, ao votar acompanhada do marido, o ministro
Paulo Bernardo (Planejamento), Gleisi disse que "acreditava
no segundo turno" e que já tinha "garantido vários apoios"
para a disputa.
A petista não contou com a
presença do presidente Lula
em comícios, mas apenas em
mensagens telefônicas e no
programa eleitoral.
Além de Gleisi, outra liderança política que sai derrotada na
eleição de Curitiba é o governador Roberto Requião. O candidato do governador, Carlos
Moreira (PMDB), ficou em terceiro lugar, com apenas 1,90%
dos votos válidos. Desde seu
primeiro cargo executivo, como prefeito de Curitiba (1985-1988), o peemdebista nunca
conseguiu fazer um sucessor.
Após votar pela manhã, Requião disse que "a mídia toda
fechou" com Richa. O prefeito
disse que o governador "colhe o
que plantou".
O quadro da votação para
prefeito de Curitiba teve ainda
Maurício Furtado (PV) em
quarto lugar, com 0,88% dos
votos, seguido por Ricardo
Gomyde (PC do B), com 0,71%,
Fabio Camargo (PTB), com
0,53%, Bruno Meirinho
(PSOL), com 0,44% (4.464), e
Lauro Rodrigues (PT do B),
com 0,09%.
O TRE (Tribunal Regional
Eleitoral) do Estado computou
2,17% de votos em branco,
3,55% de votos nulos e 14,84%
de abstenções. O comparecimento registrado nas urnas foi
de 85,16% -1.068.613 eleitores.
Texto Anterior: Aracaju: Candidato do PC do B garante a reeleição Próximo Texto: Entrevista: Tucano diz não ter obsessão por cargos Índice
|