São Paulo, segunda-feira, 06 de outubro de 2008

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Reeleito, Beto Richa se credencia ao governo

Vitória folgada, com 77% dos votos válidos, credencia prefeito como principal candidato do PSDB ao Estado em 2010

Em aliança de 11 partidos, tucano obteve o melhor desempenho de um prefeito eleito na cidade desde 1985, após fim do regime militar


DIMITRI DO VALLE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CURITIBA

O prefeito de Curitiba, o engenheiro civil Beto Richa (PSDB), 43, confirmou ontem o favoritismo nas pesquisas e foi reeleito em primeiro turno. Com a apuração encerrada, o tucano teve 77,27% dos votos válidos, contra 18,17% de Gleisi Hoffmann (PT).
A vitória folgada de Richa o credencia a ser um dos possíveis candidatos do PSDB para o governo do Estado em 2010.
Ontem pela manhã, ao votar em uma escola na zona norte de Curitiba, Richa foi evasivo ao comentar uma eventual candidatura ao governo. "Vamos ver. Não sofro de ansiedade para projetos futuros como outros políticos."
O tucano obteve o melhor desempenho de um prefeito eleito em Curitiba desde 1985, quando a disputa nas capitais foi restabelecida após o fim do regime militar.
A eleição na capital paranaense não era definida no primeiro turno desde 1996, quando o hoje deputado federal Cassio Taniguchi (DEM) foi eleito com 54% dos votos.
A costura política para a reeleição de Richa montou uma aliança de 11 partidos. Os tucanos convenceram siglas como DEM e PPS, que sempre tiveram boa votação na cidade, a não lançar candidato próprio.
O objetivo foi evitar a pulverização de votos e a realização de segundo turno, o que poderia ensejar a reorganização da oposição a Richa, sob o comando do PT e do PMDB do governador Roberto Requião.
Mesmo com apoio dos governos estadual e federal, a frente de oposição ao tucano sofreu, a exemplo de 2004, nova derrota para o grupo político que comanda a Prefeitura de Curitiba desde a década de 70, e que teve como principal expoente o ex-prefeito e ex-governador Jaime Lerner.

Gleisi
Gleisi atribuiu a derrota à boa avaliação do prefeito, conquistada, segundo ela, com ajuda da "conjuntura econômica e política nacional". "Isso leva quem já está no poder a sair beneficiado". A petista disse ainda que o PT irá exercer "fiscalização e crítica" sobre a administração do tucano.
Pela manhã, ao votar acompanhada do marido, o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), Gleisi disse que "acreditava no segundo turno" e que já tinha "garantido vários apoios" para a disputa.
A petista não contou com a presença do presidente Lula em comícios, mas apenas em mensagens telefônicas e no programa eleitoral.
Além de Gleisi, outra liderança política que sai derrotada na eleição de Curitiba é o governador Roberto Requião. O candidato do governador, Carlos Moreira (PMDB), ficou em terceiro lugar, com apenas 1,90% dos votos válidos. Desde seu primeiro cargo executivo, como prefeito de Curitiba (1985-1988), o peemdebista nunca conseguiu fazer um sucessor.
Após votar pela manhã, Requião disse que "a mídia toda fechou" com Richa. O prefeito disse que o governador "colhe o que plantou".
O quadro da votação para prefeito de Curitiba teve ainda Maurício Furtado (PV) em quarto lugar, com 0,88% dos votos, seguido por Ricardo Gomyde (PC do B), com 0,71%, Fabio Camargo (PTB), com 0,53%, Bruno Meirinho (PSOL), com 0,44% (4.464), e Lauro Rodrigues (PT do B), com 0,09%.
O TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Estado computou 2,17% de votos em branco, 3,55% de votos nulos e 14,84% de abstenções. O comparecimento registrado nas urnas foi de 85,16% -1.068.613 eleitores.


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