|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Para escapar de punições do TSE, PV devolve R$ 94 mil à União
Tribunal aponta gastos irregulares do Fundo Partidário de 2005, de R$ 1,1 mi
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Acusado pelo TSE (Tribunal
Superior Eleitoral) de ter gasto
de forma irregular dinheiro do
Fundo Partidário recebido em
2005, o PV, para escapar de punições, devolveu à União
R$ 94.079,10.
Apesar do ressarcimento aos
cofres públicos, o partido ainda
pode ser punido, com a suspensão de repasses do fundo e até a
cassação do registro.
O corpo técnico do tribunal
sugeriu aos ministros a aprovação das contas do PV de 2005,
mas com a condição de que o
partido comprove a origem do
dinheiro devolvido à União.
Foi esse o teor da sétima
apreciação dos técnicos sobre
as contas de 2005, quando o PV
recebeu R$ 1.149.872,18 do
Fundo Partidário. As anteriores sugeriam a recusa das contas, o que resultaria no cancelamento do repasse do fundo, como punição a supostas irregularidades cometidas pelo partido naquela prestação.
Como suas argumentações
não foram aceitas, o PV fez depósitos separados para devolver o dinheiro. Ressarciu a
União com R$ 36.940,62, em
valores atualizados referentes à
"aplicação indevida de recursos
do Fundo Partidário em favor
de diretório partidário".
Depois, foram depositados
R$ 23.797,01 (atualizados) por
ter apresentado como justificativa de gasto contrato de locação válido a partir de 2008, "enquanto as despesas se referem
ao exercício de 2005".
O terceiro depósito, de atualizados R$ 27.261,45, refere-se
à utilização de recursos do fundo com combustíveis. O quarto,
de R$ 4.866, também atualizados, trata do uso de nota fiscal
fria, de empresa extinta antes
de 2005, na cidade de Campina
do Monte Alegre (SP).
O TSE cobra também do PV
explicação sobre a diferença de
R$ 40.450,78 descoberta pelos
técnicos ao comparar o saldo
bancário inicial em 2005
(R$ 113.931,26) com o que está
registrado no livro contábil do
partido, R$ 154.382,04.
"Condiciona-se o parecer
conclusivo [de aprovação com
ressalvas] à apresentação de
notas explicativas devidamente fundamentada em provas esclarecendo a divergência de informações", diz o relatório.
Independentemente da sugestão pela aprovação, o TCE
propõe ainda que seja informado ao Ministério Público de São
Paulo, para possível abertura
de ação judicial, o repasse irregular de recursos do Fundo
Partidário (R$ 229.428,33), em
2005, ao Instituto Hebert Daniel, vinculado ao partido.
A Folha vem tentando desde
setembro ouvir o presidente
nacional do PV, o vereador José Luiz Penna (SP). Segundo
sua assessoria, ele não pode ser
localizado por estar em reuniões políticas.
Pré-candidata do Partido
Verde à Presidência da República, a senadora Marina Silva
(AC) não quis comentar o tema. A justificativa dada por sua
assessoria é que ela não integrava o PV em 2005.
Texto Anterior: Abert diz que nova regra para TV e rádio é "amarra" Próximo Texto: Janio de Freitas: Problemas armados Índice
|