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GOVERNO DE SP
Tribunal de Justiça cassa liminar e não aceita redução de verba
TJ desafia Alckmin e libera Orçamento para Assembléia
LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL
O Tribunal de Justiça desafiou
ontem o governador Geraldo
Alckmin (PSDB) e, em uma decisão polêmica, determinou a retomada dos trâmites para aprovar o
Orçamento de 2002. O tribunal
ordenou que a Assembléia Legislativa discuta o Orçamento com a
proposta original do órgão, sem o
corte de R$ 627,28 milhões destinados ao Judiciário paulista, feito
pelo governo.
A decisão do vice-presidente do
TJ, Álvaro Lazzarini -que paralisou o Orçamento em 16 de outubro-, foi considerada polêmica
porque a Assembléia só pode receber a proposta orçamentária
por meio do Executivo.
"Liberei o trâmite orçamentário
com a condição de que o presidente da Assembléia [Walter
Feldman" incluísse a proposta
original do Judiciário", disse.
O tribunal solicitou ao Estado
R$ 2,72 bilhões para despesas
com pessoal, custeio e investimento em 2002. Alckmin, antes
de enviar a proposta à Assembléia, reduziu a verba do TJ para
R$ 2,09 bilhões, alegando a necessidade de atender a Lei de Responsabilidade Fiscal.
A interferência do Executivo na
verba do Judiciário já foi vetada,
em uma outra ação, pelo ministro
Carlos Velloso, do Supremo Tribunal Federal. Em sua decisão, o
ministro disse que o Estado "não
pode, de forma unilateral, efetuar
cortes na proposta do Judiciário".
"Não aceitamos a ingerência do
Estado. Queremos que a nossa
proposta chegue às mãos dos deputados", disse Lazzarini.
Segundo deputados ouvidos pela Folha, a decisão de Lazzarini
criou um entrave legal, já que a
Assembléia não pode votar diretamente a proposta do Judiciário,
que não seguiu os trâmites originais. Pela Constituição, só o Executivo pode apresentar o Orçamento. O único meio de recompor a verba solicitada é a apresentação de emendas, cuja aprovação
depende do voto favorável de 48
dos 94 deputados da Casa.
Para o desembargador, a emenda não garante que o recurso pedido seja repassado. Mas Feldman reafirmou a necessidade das
emendas. "Isso não significa que
não iremos acatar a decisão judicial. A solicitação original do tribunal será estudada, e, baseados
na proposta de Alckmin, poderemos conceder algum aumento
[por meio de emendas"", disse.
Segundo Feldman, isso só será
possível após um estudo de redistribuição de verbas.
Hoje, o deputado Jorge Caruso
(PMDB) irá apresentar uma
emenda de restituição total de
verba para o TJ. Há ainda outras
cinco que prevêem o mesmo, em
parcelas. A verba sairá da secretaria de Obras. Alckmin disse, por
meio de sua assessoria, que iria
comentar a decisão do TJ hoje.
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