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MST condiciona apoio a "pacto social"
FÁBIO GUIBU
DA AGÊNCIA FOLHA, EM CARUARU
O MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) condicionou sua eventual participação na reunião para a articulação
de um pacto social a inclusão, na
pauta de discussões, dos temas reforma agrária e agricultura.
"Trabalhamos em uma faixa
muito restrita da sociedade", disse o dirigente nacional do movimento e porta-voz das lideranças
reunidas em Caruaru (PE), Jaime
Amorim. "O que queremos conversar efetivamente é sobre a
questão da terra", afirmou.
Segundo Amorim, nenhum
convite para a encontro, marcado
para amanhã, havia sido feito até
o final da tarde de ontem. "Mas, se
formos convocados, vamos ver as
outras áreas que poderemos dialogar", afirmou. Para o líder do
MST, cabe ao governo propor a
pauta de conversações.
O movimento ainda não tem
"muito claro" o que é o pacto social pretendido pelo futuro governo. Entretanto, considera "importante" a tentativa do PT de
buscar a governabilidade.
Amorim acha desnecessário
que o MST, se convidado, apresente os resultados do encontro
de Caruaru aos demais participantes da reunião do pacto.
"Aqui, estamos apenas avaliando a conjuntura diante do novo
governo", afirmou. "Os resultados servirão muito mais para nos
entendermos internamente do
que para compor uma pauta de
negociação", disse.
Os cerca de 60 líderes nacionais
do MST que participam do encontro estão isolados desde segunda-feira no assentamento da
fazenda Normandia, na zona rural do município.
Apoio crítico
A reunião termina hoje com a
divulgação de uma nota oficial.
Nela, o movimento anunciará a linha de atuação a ser adotada em
relação ao futuro governo.
O MST fez campanha para a
eleição de Lula e a tendência é que
aprove um "apoio crítico" à administração do petista.
Há possibilidade de suspensão
das invasões previstas para o início do ano e concessão de uma
trégua de 90 dias ao futuro presidente. Outro ponto que deverá ser
aprovado pelas lideranças é a reivindicação de assentamento
"imediato" das cem mil famílias
sem terra que estariam acampadas em todo o país.
Para viabilizar essa reivindicação, o MST considera necessária a
revogação da lei criada pelo atual
governo, que suspende por dois
anos a reforma agrária nas propriedades rurais invadidas.
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