São Paulo, segunda-feira, 06 de novembro de 2006

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Painel

Renata Lo Prete - painel@uol.com.br

O vice em exame

Não é consenso entre os médicos que tratam de José Alencar a conclusão de que sua recaída evidencia erro cometido na cirurgia a que o vice-presidente da República foi submetido em julho passado no hospital Sírio Libanês, em São Paulo. Atendido por dois dos mais importantes cirurgiões do país, o vice viu sua equipe dividida sobre os procedimentos adotados.
Uma parte diz que a remoção do tumor no abdome teria sido incompleta. Outra argumenta que a cirurgia foi radical e que o sarcoma que acometeu Alencar é extremamente agressivo -sua volta ocorre em 50% dos casos. O vice não fala em erro médico e diz ser muito grato aos dois cirurgiões. Segue agora para Nova York para ser operado no próximo dia 14 por um dos maiores especialistas do mundo nesse tipo de câncer.

Xis. Lula resolveu adiar o encontro em Brasília com os 27 governadores eleitos. O presidente quer adiantar a composição do ministério e organizar sua base antes de posar para a foto com os chefes dos Executivos estaduais.

Em xeque 1. O ex-ministro e senador eleito Alfredo Nascimento (PL-AM) enfrenta processo por suposto uso de CNPJ falso na campanha. A ação, impetrada pelo PMDB, incluiu uma declaração da Receita Federal de que o número usado por ele na campanha é inexistente.

Em xeque 2. A ação foi movida quando o peemedebista Gilberto Mestrinho era o segundo colocado nas pesquisas. Agora, Pauderney Avelino (PFL), que chegou em segundo lugar, fará novo questionamento, pois será o beneficiado caso o mandato do ex-ministro seja cassado.

Operante 1. Defenestrado após ser citado no escândalo do dossiê, o presidente licenciado do PT, Ricardo Berzoini, obteve um compromisso dos colegas: poderá participar das mesas de discussão da direção da sigla enquanto seu envolvimento com os "aloprados" não for elucidado.

Operante 2. Concluída a apuração, mesmo que seja apontado como inocente, os petistas esperam que Berzoini deixe voluntariamente o cargo. O acordo esbarra no grupo de Fernando Pimentel, Marcelo Déda e Jaques Wagner, defensores de mudanças imediatas no comando do PT.

Bombeiro. Cotado para assumir a presidência do PT, Jorge Viana adotou discurso conciliador sobre o acerto de contas da legenda. "Mudar a direção do partido para deixá-la mais nacional, só a longo prazo", diz o governador do Acre.

Parceria. O apoio de Marcelo Crivella a Sérgio Cabral no segundo turno pode render frutos. O senador estuda trocar o PRB, que não cumpriu a cláusula de barreira, pelo PMDB. Seria uma forma de Cabral, uma vez distante de Garotinho, manter vínculo com o eleitorado evangélico do Rio.

Abandono. Garotinho, que já chegou a ter sob sua batuta 26 deputados do PMDB, contará com a fidelidade irrestrita de só um dos eleitos da bancada do Rio, seu pupilo Geraldo Pudim. O ex-governador rompeu até com Eduardo Cunha, seu ex-fiel escudeiro.

Rodízio. Pefelistas brincam com o rompimento entre o prefeito do Rio, Cesar Maia, e o deputado Moreira Franco, que apoiou Sérgio Cabral. Dizem que os dois, avós da filha recém-nascida do líder do PFL na Câmara, Rodrigo Maia, farão turnos de visita à neta para evitar um encontro.

Tapetão. Finda a eleição, o PC do B resgatou a idéia de recorrer ao STF contra a cláusula de barreira. O partido alega que as restrições impostas pela lei a quem não cumprir o critério são inconstitucionais e criam "parlamentares de primeira e de segunda classe".

Jurisprudência. O PC do B foi buscar na Alemanha amparo para questionar a cláusula de desempenho. Lá os partidos "reprovados" conseguiram na Justiça direito a ter acesso ao fundo partidário.

Tiroteio

Os petistas não perdem a oportunidade de aparelhar. Primeiro foi o jardim do Alvorada. Agora até os trajes de banho.


Do deputado federal ONYX LORENZONI (PFL-RS) sobre o maiô com uma estrela vermelha usado pela primeira-dama, Marisa Letícia, no fim de semana de descanso presidencial na Bahia.

Contraponto

No flagra

O ministro Orlando Silva (Esportes) desembarcou no mês passado em Uberaba (MG), onde foi recebido pelo prefeito Anderson Adauto (PL). A dupla decidiu esperar um pouco no aeroporto, pois Alckmin chegaria minutos depois para um evento de campanha na cidade.
-Vamos ver se algum aliado nosso vai aparecer-, sugeriu o prefeito, que em pouco minutos conseguiu identificar várias lideranças que antes diziam estar com Lula.
Adauto levantou-se e foi tirar satisfação com um grupo.
-Afinal de contas, vocês estão com quem?- cobrou.
Um dos aliados à espera de Alckmin foi rápido:
-Fique tranqüilo, a gente só veio por causa do Aécio.


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