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Captação do PT-SP é 229% maior em 2006
Tesoureiro nacional do partido diz que caixa dois nas campanhas de todas as siglas "caiu brutalmente" na última disputa
Presidente licenciado do PT, deputado Ricardo Berzoini registra aumento de 660% na comparação da receita das duas últimas eleições
RUBENS VALENTE
DA REPORTAGEM LOCAL
Os deputados federais eleitos
pelo PT de São Paulo que haviam concorrido a uma vaga em
2002 apresentaram aumento
médio de 229% na arrecadação
de recursos para a campanha
da primeira eleição depois do
escândalo de caixa dois -já
descontada uma inflação de
35% no período.
No Estado, o PT ficou à frente dos grandes partidos da oposição. O PSDB teve aumento
médio de 84,39%, e o PFL, de
188,34%. Outros partidos da
base aliada tiveram crescimento superior, caso do PSB, que
registrou 246%.
O deputado que teve o maior
aumento na arrecadação entre
as principais siglas foi Ricardo
Berzoini (PT), presidente licenciado do partido, que saiu
de uma receita de R$ 271 mil
em 2002 (valor corrigido) para
R$ 2,06 milhões em 2006, um
aumento de 660,5%.
Logo abaixo aparece o deputado Arnaldo Faria de Sá (PTB),
que passou de R$ 150 mil para
R$ 990 mil (558,88%). O maior
crescimento médio entre os deputados tucanos foi o de Julio
Semeghini, que pulou de R$ 351
mil para R$ 951 mil (170%).
Entre os petistas, depois de
Berzoini aparece Arlindo Chinaglia, que saltou de R$ 279 mil
para R$ 1,41 milhão (406%). No
geral, o percentual de Berzoini
só perde para um deputado do
PV, Dr. Talmir, cujos baixos valores provocaram uma distorção -saiu de R$ 7 mil, em 2002,
para R$ 79,5 mil.
A boa performance de Berzoini deveu-se a repasses do Diretório Nacional do PT. Ele recebeu R$ 499 mil, quase um
quinto do total de sua arrecadação. De um bolo de R$ 1,31 milhão distribuído pelo Diretório
Nacional aos 25 principais candidatos petistas a uma vaga no
Congresso por São Paulo, Berzoini ficou com 38%.
José Genoino (PT), também
ex-presidente nacional da sigla,
declarou repasse de R$ 200 mil
do diretório, para uma arrecadação total de R$ 742 mil.
Doações
O tesoureiro do PT, Paulo
Ferreira, afirmou que os pagamentos para campanhas de deputados devem-se a doações
que empresários fizeram ao diretório já com a indicação do
nome de um candidato. A operação livra o doador de ser associado ao parlamentar e evita o
assédio dos demais candidatos.
Segundo Ferreira, as mudanças na legislação melhoraram a
arrecadação. "Houve um avanço, porque tanto o doador como
aquele que recebe assumem
transparentemente, diante da
sociedade, as suas doações",
disse ele, que defendeu o financiamento público de campanha. Indagado se o caixa dois
diminuiu, de um modo geral,
entre os partidos, o tesoureiro
afirmou: "Brutalmente, brutalmente, pode botar aí".
Os petistas paulistas arrecadaram, em média, mais do que
os adversários. Foram R$ 15,9
milhões para 14 eleitos (oito
concorreram em 2002), valor
médio de R$ 1,13 milhão para
cada um. Dezessete tucanos
(sobre o 18º não há dados) captaram R$ 18,4 milhões, média
de R$ 1,08 milhão.
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