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Aécio fala a tucanos sobre atrair aliados de Lula
MARIA CLARA CABRAL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Em um discurso voltado exclusivamente para as eleições
presidenciais de 2010, o governador de Minas Gerais, Aécio
Neves (PSDB), falou ontem aos
deputados da bancada do PSDB
no Congresso sobre a necessidade de atrair partidos hoje
aliados do presidente Lula para
a chapa presidencial tucana.
Cortejado pelo PMDB, o governador minimizou as chances de deixar a sua atual legenda para concorrer ao cargo de
presidente em outra sigla. Disse que "é um quadro do PSDB"
e que, apesar de ter uma relação
boa com o PMDB, "agora é hora
de construir um projeto para
um novo governo".
Aécio criticou a teoria de que
Lula consegue eleger qualquer
pessoa e disse que o presidente,
que era visto como um "Midas",
não tem a capacidade de "ungir" seu sucessor em 2010 e
nem de levar os atuais aliados
para um candidato do PT.
"Sobre o presidente da República, que era visto como um
Midas que transformaria tudo
em ouro, há um sentimento,
não só na classe política como
entre os analistas, de que ninguém inventa nada. O presidente não tem e não terá o dom
de, solitariamente, ungir alguém na cadeira presidencial".
Segundo o governador, o
PSDB tem grandes chances de
chegar à presidência daqui a
dois anos levantando questões,
como a ética, que "foram colocadas debaixo do tapete", e
também aglutinando forças
que não estarão ao lado do PT.
"As nossas chances são enormes. Se tivermos juízo, desprendimento, poderemos aglutinar forças políticas que hoje
estão no guarda-chuva do presidente Lula, mas que podem
não estar juntos em uma candidatura do PT. Acho difícil o PT
aglutinar uma base tão grande
como o presidente Lula faz".
Novamente citando as qualidades gerenciais do PSDB, ele
disse que o governo Lula é "perdulário" e transformou uma
base de proteção social em instrumento político.
Aécio é cotado, ao lado do governador de São Paulo, José
Serra, para concorrer à presidência pelo PSDB. Questionado pela imprensa sobre uma
eventual disputa pela vaga, ele
falou sobre a necessidade da
"unidade". "O PSDB é felizardo
por ser um partido em que não
faltam nomes. E eu daria minha contribuição não importa
como nem onde".
Aécio esteve ontem em Brasília para reuniões na Câmara e
no Senado.
Serra também estava na capital federal, mas não ouviu o discurso de seu colega tucano.
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