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Laudo da defesa contesta assinatura em documento
DA AGÊNCIA FOLHA,
EM BELO HORIZONTE
Um dos principais argumentos usados pelo ministro do
STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa para
aceitar a denúncia contra o senador Eduardo Azeredo
(PSDB-MG) está baseado em
documento cuja veracidade é
contestada por dois laudos juntados ao inquérito do valerioduto tucano -produzidos sob
encomenda da defesa.
O ministro relator do caso
destacou, no início da leitura de
seu voto, anteontem, a existência de um recibo assinado por
Azeredo em que ele atesta o recebimento de R$ 4,5 milhões
das mãos de Cláudio Mourão
da Silveira, tesoureiro de sua
campanha. O dinheiro, diz o recibo, vinha das agências de publicidade de Marcos Valério.
A denúncia traz um documento chamado de "lista do
Mourão" - três páginas com a
assinatura de Cláudio Mourão,
com o detalhamento de suposto caixa dois de R$ 91,5 milhões
na campanha tucana em Minas. Esse documento cita um
repasse de R$ 4,5 milhões,
"conforme recibo anexo". A papelada foi entregue à Polícia
Federal em 2005 pelo lobista
Nilton Antônio Monteiro.
As páginas assinadas por
Mourão foram periciadas pelo
INC (Instituto Nacional de Criminalística), que atestou a autenticidade do documento. O
recibo anexado -na verdade, a
cópia autenticada do recibo,
cujo original não foi apresentado- não foi analisado.
Após o oferecimento da denúncia ao STF, a defesa de
Mourão contratou duas perícias e juntou, em 2008, dois
laudos aos autos. Eles afirmam
que a assinatura de Mourão foi
falsificada. Produzidos pelos
peritos Mauro Ricart Ramos e
Celso Mauro Del Picchia, os
laudos concluem que a assinatura de Mourão no documento
é "falsa, indiscutivelmente falsa", com a presença de "retoques fraudulentos" e outras incongruências.
(BRENO COSTA)
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