São Paulo, sexta-feira, 06 de novembro de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Laudo da defesa contesta assinatura em documento

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE

Um dos principais argumentos usados pelo ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Joaquim Barbosa para aceitar a denúncia contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) está baseado em documento cuja veracidade é contestada por dois laudos juntados ao inquérito do valerioduto tucano -produzidos sob encomenda da defesa.
O ministro relator do caso destacou, no início da leitura de seu voto, anteontem, a existência de um recibo assinado por Azeredo em que ele atesta o recebimento de R$ 4,5 milhões das mãos de Cláudio Mourão da Silveira, tesoureiro de sua campanha. O dinheiro, diz o recibo, vinha das agências de publicidade de Marcos Valério.
A denúncia traz um documento chamado de "lista do Mourão" - três páginas com a assinatura de Cláudio Mourão, com o detalhamento de suposto caixa dois de R$ 91,5 milhões na campanha tucana em Minas. Esse documento cita um repasse de R$ 4,5 milhões, "conforme recibo anexo". A papelada foi entregue à Polícia Federal em 2005 pelo lobista Nilton Antônio Monteiro.
As páginas assinadas por Mourão foram periciadas pelo INC (Instituto Nacional de Criminalística), que atestou a autenticidade do documento. O recibo anexado -na verdade, a cópia autenticada do recibo, cujo original não foi apresentado- não foi analisado.
Após o oferecimento da denúncia ao STF, a defesa de Mourão contratou duas perícias e juntou, em 2008, dois laudos aos autos. Eles afirmam que a assinatura de Mourão foi falsificada. Produzidos pelos peritos Mauro Ricart Ramos e Celso Mauro Del Picchia, os laudos concluem que a assinatura de Mourão no documento é "falsa, indiscutivelmente falsa", com a presença de "retoques fraudulentos" e outras incongruências. (BRENO COSTA)


Texto Anterior: Toffoli questiona prova e adia julgamento de tucano
Próximo Texto: Toda Mídia - Nelson de Sá: Dilma e o Estado
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.