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OPERAÇÃO ANACONDA
Depoimento de Rocha Mattos é adiado
STJ pede explicação sobre motivos da mudança de prisão de Norma
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Os advogados da ex-mulher do
juiz João Carlos da Rocha Mattos,
Norma Regina Emílio Cunha, obtiveram uma primeira medida judicial favorável na tentativa de
transferi-la da custódia da Polícia
Federal, em Brasília, para a carceragem da PF em São Paulo.
O presidente do STJ (Superior
Tribunal de Justiça), ministro Nilson Naves, ao despachar em habeas corpus, solicitou informações ao Tribunal Regional Federal
de São Paulo, no prazo de 72 horas, sobre as supostas ameaças sofridas por Norma que motivaram
sua transferência para Brasília.
Naves também pediu informações à Superintendência da Polícia Federal sobre o tratamento recebido pela ex-mulher do juiz e
determinou que o ministro da
Justiça, Márcio Thomaz Bastos,
tomasse ciência de seu despacho.
Norma será interrogada pela
desembargadora Therezinha Cazerta no dia 13. O interrogatório
de Rocha Mattos, marcado para
hoje, foi transferido para o dia 20.
Naves só decidirá sobre o pedido depois de receber as informações. Em outro habeas corpus, o
ministro José Arnaldo da Fonseca
havia indeferido pedido de liminar do advogado José Eduardo
Alckmin, que alegara a ilegalidade
da prisão preventiva. O novo pedido foi apresentado pela advogada Daniela Regina Pellin, de São
Paulo, amiga da ex-mulher do
juiz. Pellin alegou as condições
"desumanas e degradantes" da
custódia em Brasília.
No despacho, o presidente do
STJ afirma que "causa preocupação a afirmação das impetrantes
de que "as condições apresentadas
pela custódia na Polícia Federal
de Brasília são desumanas e degradantes, não podendo sobreviver, a paciente, como custodiada
provisória durante as 24 horas do
dia trancafiada em cela sem janela, sem ventilação, abafada, sem
luminosidade, com chuveiro frio,
sem condições adequadas para
dormir, com baratas circulando
pela cela, com propagação de
doenças físicas, tal como pneumonia que a paciente já teve, sem
condições de subsistência'".
Para Alckmin, "se ela estivesse
sofrendo riscos, quem teria que
ser afastado seria o autor dessas
ameaças". Sobre a hipótese de que
o afastamento seria para cooptá-la, para denunciar outros réus, diz
que seria "um desvio patente, pretexto para deixá-la mais exposta".
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