São Paulo, quinta-feira, 07 de fevereiro de 2008

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Servidor gasta R$ 1.400 com cartão para reformar mesa de sinuca em ministério

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O cartão corporativo do governo federal bancou a reforma de uma mesa de sinuca no Ministério das Comunicações. A reforma custou R$ 1.400 e foi paga no cartão de Francisco Risomá de Medeiros e Silva, do departamento de manutenção do ministério, em junho do ano passado.
O decreto que criou os cartões corporativos diz que eles só podem ser usados para gastos emergenciais. A mesa foi reformada na loja DF Sinuca, em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, e está instalada em uma sala na garagem do edifício sede do ministério. A mesa é usada para recreação dos funcionários.
Ontem, a Folha esteve duas vezes na sala de sinuca. A mesa usada por funcionários é maior do que modelos em que são usadas fichas em bares. Há um quadro para marcar os resultados das partidas e poltronas para que se possa assistir às disputas.
Na primeira visita da reportagem, alguns funcionários disputavam uma partida. Na segunda, quando foram feitas fotos, não havia jogadores. Na saída da equipe da Folha, um funcionário disse que a mesa estava "famosa".
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do ministério informou que foi aberta investigação para apurar a responsabilidade do funcionário que autorizou o serviço. Segundo o ministério, ao fim do processo serão adotadas "medidas cabíveis, até mesmo a demissão [do funcionário que autorizou o gasto]". O funcionário responsável pelo gasto não foi encontrado ontem.
Ainda de acordo com o texto da nota, o secretário-executivo do ministério, Fernando Rodrigues, já havia sido consultado sobre a possibilidade de o cartão ser usado para bancar a reforma da mesa e negado o pedido. O ministério informou ainda que a mesa é de sua propriedade desde o desmembramento do antigo Ministério da Infra-Estrutura (que reunia Comunicações, Transportes e Minas e Energia), em 1992.
No cartão corporativo usado por Medeiros e Silva estão registradas compras no valor de R$ 28,4 mil ao longo de 2007 - a maior parte dos gastos foi feita em lojas de material de construção. O ministério informou que o cartão só é usado em "pequenas despesas de emergência". O ministro Hélio Costa mandou cancelar o seu cartão na semana passada. O ministério gastou R$ 44 mil no cartão em 2007.


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