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Servidor gasta R$ 1.400 com cartão para reformar mesa de sinuca em ministério
HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O cartão corporativo do governo federal bancou a reforma de uma mesa de sinuca no
Ministério das Comunicações. A reforma custou R$
1.400 e foi paga no cartão de
Francisco Risomá de Medeiros e Silva, do departamento
de manutenção do ministério, em junho do ano passado.
O decreto que criou os cartões corporativos diz que eles
só podem ser usados para
gastos emergenciais. A mesa
foi reformada na loja DF Sinuca, em Taguatinga, cidade-satélite de Brasília, e está instalada em uma sala na garagem do edifício sede do ministério. A mesa é usada para
recreação dos funcionários.
Ontem, a Folha esteve
duas vezes na sala de sinuca.
A mesa usada por funcionários é maior do que modelos
em que são usadas fichas em
bares. Há um quadro para
marcar os resultados das partidas e poltronas para que se
possa assistir às disputas.
Na primeira visita da reportagem, alguns funcionários disputavam uma partida.
Na segunda, quando foram
feitas fotos, não havia jogadores. Na saída da equipe da Folha, um funcionário disse que
a mesa estava "famosa".
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do ministério
informou que foi aberta investigação para apurar a responsabilidade do funcionário
que autorizou o serviço. Segundo o ministério, ao fim do
processo serão adotadas "medidas cabíveis, até mesmo a
demissão [do funcionário que
autorizou o gasto]". O funcionário responsável pelo gasto
não foi encontrado ontem.
Ainda de acordo com o texto da nota, o secretário-executivo do ministério, Fernando Rodrigues, já havia sido
consultado sobre a possibilidade de o cartão ser usado para bancar a reforma da mesa e
negado o pedido. O ministério informou ainda que a mesa é de sua propriedade desde
o desmembramento do antigo Ministério da Infra-Estrutura (que reunia Comunicações, Transportes e Minas e
Energia), em 1992.
No cartão corporativo usado por Medeiros e Silva estão
registradas compras no valor
de R$ 28,4 mil ao longo de
2007 - a maior parte dos gastos foi feita em lojas de material de construção. O ministério informou que o cartão só é
usado em "pequenas despesas de emergência". O ministro Hélio Costa mandou cancelar o seu cartão na semana
passada. O ministério gastou
R$ 44 mil no cartão em 2007.
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