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DF deu R$ 430 mi a empresas de deputados
Aliados de Arruda que vão atuar em comissões para investigar o mensalão do DEM firmaram contratos com o governo
Repasses favoreceram três
governistas: Eliana Pedrosa,
Cristiano Araújo e Wigberto
Tartuce, que terão assentos
na CCJ e na CPI sobre o caso
FILIPE COUTINHO
LARISSA GUIMARÃES
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Deputados que julgarão os
pedidos de impeachment contra o governador José Roberto
Arruda (ex-DEM, sem partido)
receberam por meio de empresas das quais são sócios cerca de
R$ 430 milhões do governo do
Distrito Federal desde 2007.
Os contratos foram firmados
com empresas das famílias dos
deputados Eliana Pedrosa
(DEM) e Cristiano Araújo
(PTB), da base aliada de Arruda. O suplente Wigberto Tartuce (PMDB), que votará no impeachment, também recebeu
dinheiro para sua rádio.
A primeira etapa do julgamento do impeachment contra
Arruda na Câmara Legislativa
do DF é na CCJ (Comissão de
Constituição e Justiça). Cristiano Araújo, aliado do governador, deve ficar com a presidência da CCJ.
A Fiança, empresa dos pais
do deputado, recebeu da secretaria de Planejamento R$ 218
milhões desde o início do governo, sem licitação. Os dados
são do sistema de gestão orçamentária do governo do DF.
No total, o grupo Fiança recebeu do governo Arruda R$
294 milhões. Os valores, entretanto, diminuíram ano a ano.
Foram R$ 109 milhões em
2007, enquanto em 2009 a empresa faturou com o governo
R$ 82 milhões.
Araújo, 26, foi o segundo
mais votado entre os distritais.
Sua campanha foi a mais cara,
com doações de R$ 1,2 milhão.
Desses, R$ 816 mil foram da
Fiança. Ele é cotado para ser
membro da CPI da Corrupção,
que investigará o mensalão.
Em 2008, o Ministério Público acusou o deputado de coagir
os cinco mil funcionários da
Fiança para que votassem nele,
sob pena de demissão. Ele foi
absolvido.
O suplente Tartuce julgará o
impeachment de Arruda no lugar de um dos três deputados
do PMDB -todos acusados de
receber propina no mensalão
do DEM. O deputado recebeu
R$ 5,5 milhões de publicidade
governamental. A campanha
de quase R$ 760 mil foi feita
com recursos de Tartuce.
A deputada Eliana Pedrosa
(DEM), ex-secretária de Arruda, é mais uma que recebeu dinheiro do governo com empresas familiares. Foram quase R$
130 milhões do DF desde 2007.
No governo anterior, a fatia de
dinheiro público destinada ao
grupo da família da deputada
foi a metade da atual.
Eliana é uma das líderes da
tropa de choque do governador
na Câmara do DF, que vai julgar o impeachment de Arruda.
As empresas Dinâmica, Esparta e seus sócios bancaram R$
338 mil da campanha da deputada do DEM.
O ex-presidente da Câmara
Leonardo Prudente (sem partido) é outro que abocanhou verbas para suas empresas -mas
foi considerado suspeito pela
Justiça e não julgará Arruda. As
empresas ligadas a Prudente
(G6 e 5 Estrelas) receberam R$
65 milhões do governo Arruda
desde 2007. E doaram quase R$
150 mil ao caixa de campanha
de Prudente.
No início do ano, a deputada
Érika Kokay (PT) apresentou
projeto de lei para proibir a celebração de contratos com empresas de parentes de políticos.
Segundo a deputada, a vedação
é uma maneira de garantir a
impessoalidade do contrato.
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