São Paulo, terça-feira, 07 de março de 2006

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PAINEL

Liberou geral 1
Não satisfeito em declarar que faz campanha 365 dias por ano, Lula é citado nominalmente em propaganda da Caixa Econômica Federal veiculada em emissoras de rádio, o que fere a Constituição e a Lei Eleitoral.

Liberou geral 2
Na peça publicitária, uma "ouvinte" pergunta sobre o "orçamento recorde" da habitação. O vice-presidente da CEF Jorge Hereda responde: "O anúncio do presidente Lula reserva R$ 19 bi para a habitação. Vai atender 600.000 famílias. É o maior recurso dos últimos 12 anos".

Efeito cascata
Marco Aurélio de Mello teme que, "se não houver um freio desde já", os casos de campanha antecipada se avolumem. "O presidente tem de dar o exemplo", diz o ministro do TSE.

Apropriação indébita
Do senador Cesar Borges (PFL-BA), sobre peça publicitária que inclui o aeroporto de Salvador, cuja reforma foi inaugurada em 2002, entre as realizações da atual gestão federal: "O governo Lula chegou à fase da cleptomania administrativa".

Ofensiva da Igreja
Depois da CNBB e a política econômica, dom Luiz Flavio Cappio e o São Francisco. O bispo protocolou documento no Palácio do Planalto para reclamar de Lula, que não teria cumprido o acordo que levou o religioso a encerrar a greve de fome contra a transposição do rio.

Carreira solo
Segundo a programação oficial, apenas um dos ministros que acompanham Lula a Londres pernoitará hoje em hotel: Gilberto Gil (Cultura). Os outros seis ficarão, como o presidente, no Palácio de Buckingham.

Esticando a corda
No momento, os pré-candidatos tucanos ao Planalto, José Serra e Geraldo Alckmin, jogam o mesmo jogo: esperar e esperar, para ver quem pisca primeiro.

Dívida de campanha
Ao anunciar apoio a Alckmin na contramão de seu partido, pró-Serra, o pefelista Rodrigo Garcia fez renascer antiga teoria tucana: a de que sua eleição para a presidência da Assembléia Legislativa teria contado com o patrocínio oculto do governador.

Olho no calendário
Na apresentação, hoje, do relatório em que pede a cassação de João Paulo Cunha (PT-SP), Cezar Schirmer (PMDB-RS) relacionará as datas do saque feito pela mulher do deputado no valerioduto e da contratação da SMP&B, de Marcos Valério, como agência oficial da Câmara.

Cronologia
Tudo começa com café da manhã entre João Paulo e Valério, em 3 de setembro de 2003. Passa pelo saque, no dia seguinte; por novo encontro, em 20 de outubro; e culmina com a publicação do edital da concorrência vencida pela SMP&B, 13 dias depois.

Xis da questão
No relatório, Schirmer não se ocupa do mensalão. Concentra-se no contrato de publicidade da Câmara e nas versões contraditórias de João Paulo.

Sem saída
O PT pressiona Aldo Rebelo a adiar o julgamento de Professor Luizinho, o segundo de amanhã. "Se Roberto Brant for absolvido, não vão livrar dois no mesmo dia. Se for cassado, o PFL vai querer vingança".

Contando os passos 1
Ontem, quando Renan Calheiros prometia agir como "pacificador" no caso da verticalização das alianças eleitorais, um celular tocou música de duelo. A começar do presidente do Senado, todos caíram na gargalhada.

Contando os passos 2
Os parlamentares seguem irados contra o que chamam de ingerência do Judiciário. Se Aldo Rebelo falou em mudar o artigo que prevê o princípio da anualidade, há quem defenda mesmo suprimi-lo da Constituição.

TIROTEIO

Do presidente da OAB, Roberto Busato, sobre a luta para derrubar a verticalização:
-Trata-se de golpe. O que diriam o PT e o Planalto se alguém sugerisse emenda para impedir Lula de disputar a reeleição?

CONTRAPONTO

Top secret

A poucos dias de concluir seu relatório, Osmar Serraglio (PMDB-PR) tem vivido momentos de tensão na CPI dos Correios, não apenas por conta da radicalização entre petistas e tucanos, mas também pela conclusão de uma nova lista de mensaleiros e dos documentos de Duda Mendonça, ambos considerados ultra-sigilosos.
Foi com esse estado de espírito que ele encontrou um grupo de colegas da comissão.
-Osmar, viu o que acabaram de falar nos telejornais?-, perguntou um dos parlamentares.
-Não é possível! Meu Deus, como ficaram sabendo? Quem vazou a informação? Estamos perdidos, perdidos-, desesperava-se o relator, que, em seguida, perguntou ao grupo:
-Mas o que eles falaram?
A turma foi ao delírio:
-Os apresentadores olharam para a câmera no final e foram firmes: "Boa Noite!".


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