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ESCÂNDALO DO "MENSALÃO"/ NOVAS CONEXÕES
Relator diz não acreditar nas informações, publicadas pela revista "Veja", que ligam 55 parlamentares do partido ao "mensalão"
Serraglio rejeita investigação sobre PMDB
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O relator da CPI dos Correios,
deputado Osmar Serraglio
(PMDB-PR), disse ontem não
acreditar na denúncia de que 55
dos 81 integrantes da bancada de
seu próprio partido na Câmara tenham recebido "mensalão". Para
ele, o caso não deve ser investigada pela comissão.
"Eu não acredito que haja 55
[deputados] recebendo, que haja
alguém nesse nível de corrupção.
Acho um número meio incrível."
Apesar da resistência do relator,
cresceu na comissão um movimento para prorrogar a CPI, por
um mês e meio, para investigar as
novas acusações e analisar os documentos com a movimentação
financeira do publicitário Duda
Mendonça no exterior. O prazo final é 15 de abril.
As suspeitas sobre peemedebistas foram levantadas por reportagem da revista "Veja" desta semana, que também apontou mais
uma suposta fonte de recursos
para o caixa dois dos aliados do
governo, dessa vez na usina de
Itaipu, com uma propina de U$ 6
milhões. A revista também sugere
que o apresentador Carlos Massa,
o Ratinho, foi pago para elogiar o
presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ex-prefeita Marta Suplicy na
campanha de 2002. Ratinho negou.
Quanto ao suposto desvio de dinheiro de Itaipu, Serraglio alegou
que foge à competência da CPI.
Ele sugeriu a criação de uma nova
comissão parlamentar de inquérito para investigar o caso.
Na semana passada, Serraglio
disse que apoiaria um movimento para a prorrogação dos trabalhos da comissão para investigar a
movimentação financeira de Duda no exterior.
De acordo com a "Veja", o advogado Roberto Bertholdo, que
está preso, era o operador do
"mensalão" na bancada do
PMDB. Ele seria ligado ao ex-deputado José Borba (PMDB-PR),
que renunciou depois de ser acusado de participação no esquema
de compra de apoio parlamentar
pelo governo.
A revista cita um ex-assessor de
Bertholdo que se mantém no anonimato para afirmar que 55 dos 81
deputados do partido recebiam
uma mesada de R$ 15 mil a R$ 200
mil. Até agora, 19 deputados de
vários partidos foram formalmente acusados de envolvimento
no escândalo.
Prorrogação
O deputado Antonio Carlos
Magalhães Neto (PFL-BA) defendeu ontem a prorrogação da CPI
por um mês e meio, assim como o
deputado Eduardo Paes (PSDB-RJ) havia feito no dia anterior.
Para estender o prazo da CPI
dos Correios, que é mista, são necessárias assinaturas de 171 deputados e de 81 senadores. Esse também é o número necessário para
criar uma nova comissão, medida
defendida por Serraglio.
"Essa nova CPI investigaria Itaipu e reabriria o "mensalão", que
foi jogado no lixo quando foi tirado da gente", afirmou Serraglio,
referindo-se à criação da CPI do
Mensalão, que acabou sem um relatório final.
O PT também é contra a prorrogação dos trabalhos. "Precisamos
ter um relatório final e para isso
temos que ter clima para votá-lo.
Depois de maio não há como, daqui para a frente a disputa política
só tende a piorar por causa das
eleições", disse a senadora Ideli
Salvatti (PT-SC).
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