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PREVIDÊNCIA
Segundo ele, ex-ministro pediu que Nucleos investisse em estrada
Ex-diretor de fundo acusa Gushiken
LEONARDO SOUZA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O chefe do NAE (Núcleo de Assuntos Estratégicos), Luiz Gushiken, teria pedido ao ex-presidente
do fundo de pensão Nucleos Paulo Figueiredo para que a fundação
investisse num consórcio que administra uma estrada privatizada
no Rio de Janeiro. A declaração
foi dada ontem à CPI dos Correios
pelo ex-diretor financeiro do Nucleos Gildásio Amado Filho.
É a primeira vez que um ex-dirigente de um fundo de pensão relata um suposto caso de ingerência do ex-ministro Gushiken sobre decisão de investimento. Gushiken e Figueiredo, no entanto,
negam que o fato tenha ocorrido.
"É totalmente mentirosa a informação prestada pelo ex-diretor de investimentos do Nucleos.
Há uma tentativa recorrente de
me vincular aos fundos de pensão, em virtude do conflito societário entre grupos privados e os
principais fundos do país", disse
Gushiken, referindo-se à disputa
entre os fundos Previ, Petros e
Funcef e o grupo Opportunity em
torno do controle da Brasil Telecom.
Os investimentos a que Gildásio
se referiu são aplicações num fundo de participações da CRT, concessionária que administra a estrada que liga o Rio a Teresópolis.
Em 2004, o Nucleos (das estatais
nucleares) comprou cotas do fundo de participações da CRT. Foram R$ 10 milhões por 100% das
cotas, o que desrespeita resolução
do Conselho Monetário Nacional,
pela qual uma fundação de previdência não pode ter mais de 25%
das cotas desse tipo de fundo.
Gildásio confirmou também
um pedido de investimento feito
pelo ex-secretário de Comunicação do PT Marcelo Sereno. Hoje,
Sereno, que nega que exercesse
influência sobre o Nucleos, deve
depor na CPI dos Correios.
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