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Painel
RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br
Os pais do anexo
A oposição faz barulho, mas, na surdina, quem de fato está emperrando a votação do Orçamento de 2008
é o grupo de governistas responsável pelo "anexo de
metas" de R$ 534 milhões para emendas paroquiais.
Liderada por parlamentares pouco expostos à mídia
-os deputados João Leão (PP-BA), Wellington Roberto (PR-PB), Zé Gerardo (PMDB-CE) e Rose de
Freitas (PMDB-ES), além do senador João Ribeiro
(PR-TO)-, essa tropa da Comissão de Orçamento
não aceita ver "seu" meio bilhão de reais diluído em
emendas de bancada. O presidente do PSDB, Sérgio
Guerra (PSDB-PE), atacou ontem a ação predatória:
"Se o governo tiver coragem de enfrentar esse grupo,
a oposição vota o Orçamento", disse o senador.
Reprise. A insurreição do
"grupo do anexo" virou assunto ontem no plenário do
Senado, e houve quem resgatasse a memória do grande escândalo de 1993. "Os anões
deste Orçamento estão se
transformando em gigantes",
disse Mão Santa (PMDB-PI).
Pente-fino. Quem examinou os relatórios da Comissão
de Orçamento encontrou, por
exemplo, pequenas "unidades
de saúde" em Estados do Nordeste que passam ao largo das
grandes obras contempladas
nas emendas de bancada e do
acordo negociado pelo governo para aprovar a peça.
Tudo... Reunida ontem com
Dilma Rousseff, a bancada do
PT suou frio quando a ministra, após meia hora de considerações sobre o PAC, anunciou que encerraria o encontro exibindo seus 300 slides
de balanço do programa.
...menos isso. Mais que
depressa, Henrique Fontana
(PT-RS) tentou demovê-la:
"Ministra, obrigado, mas acho
que já ficou tudo claro". O
"powerpoint" de Dilma é o
Dormonid dos governistas.
Hermanos. Na reunião
com Dilma, o vice-presidente
do Parlamento do Mercosul,
Doutor Rosinha (PT-PR), defendeu que a crise Colômbia-Equador é razão a mais para
aprovar sem demora o ingresso da Venezuela no bloco
-exatamente o contrário do
que pensam os oposicionistas
sentados na Comissão de Relações Exteriores do Senado.
Abacaxi 1. Gilmar Mendes, do STF, não vai proferir o
voto sobre a denúncia do procurador-geral da República
contra Antonio Palocci no caso da quebra de sigilo do caseiro Francenildo Costa. Os
advogados do ex-ministro
têm ainda uma semana para
apresentar a defesa prévia.
Abacaxi 2. Mendes tem dito que lhe faltam elementos
para firmar convicção sobre a
responsabilidade de Palocci.
Deixará o caso para Ellen Gracie, com quem trocará de lugar ao assumir a presidência
do STF, em 23 de abril.
Ela fica. Contrariando a expectativa, Ellen não irá para o
lugar de Francisco Rezek na
Corte de Haia. O Brasil indicou formalmente Antonio
Cançado Trindade, que integra e já presidiu a Corte Interamericana de Direitos Humanos, na Costa Rica.
Bateu... José Gomes Temporão rebate as críticas do ex-procurador-geral da República Cláudio Fonteles à suposta
falta de bancos públicos de coleta de cordão umbilical. Segundo o ministro da Saúde, o
programa BrasilCord já tem
quatro bancos em funcionamento desde 2004 e chegará a
12 no ano que vem.
...levou. Esses bancos, diz
Temporão, fazem pesquisas
com células-tronco a partir de
sangue de cordão. "A sugestão
dele revela desconhecimento
constrangedor para quem está à frente de causa tão polêmica", dispara o ministro.
Fonteles é autor da ação que o
Supremo começou a julgar.
Costura. Luís Paulo Correia
da Rocha é hoje o tucano mais
cotado para ser vice na chapa
de Fernando Gabeira (PV) à
Prefeitura do Rio de Janeiro.
Tiroteio
"Digamos que ele saiu do quinto dos infernos e
conseguiu chegar à porta do purgatório."
Do senador HERÁCLITO FORTES (DEM-PI) sobre o resultado,
anticlimático para a oposição, do muito aguardado depoimento
do churrasqueiro Jorge Lorenzetti à CPI das ONGs.
Contraponto
Rápido no gatilho
Os pedetistas Pompeo de Mattos (RS) e Sebastião Bala
Rocha (AP) travaram disputa pela presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara. Na terça-feira, minutos antes da eleição, resolveram tratar de um tema espinhoso, dada a natureza do cargo que pleiteavam: a associação de seus nomes à chamada "bancada da bala".
Rocha procurou explicar o apelido sugestivo:
-Olha, eu nem tenho arma. O "Bala" surgiu porque eu
era muito rápido quando menino.
Pompeo, que acabou vitorioso, emendou:
-É, eu também não tenho arma. Mas sei atirar!
O deputado recebeu doação de campanha da Taurus.
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