São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2008

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Governo volta atrás e deve liberar reajustes

Alta arrecadação de impostos permitiu revisão de aumentos a servidores suspensos desde o fim da CPMF

VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Diante do recorde registrado na arrecadação de impostos no início do ano, o governo federal vai começar a liberar no final desse mês alguns dos reajustes salariais para servidores públicos que estavam suspensos desde o fim da CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira), o chamado imposto do cheque.
Logo após a derrota no Congresso, quando a oposição impediu a prorrogação da CPMF, o governo anunciou um corte de R$ 20 bilhões no Orçamento sob o argumento de que era preciso compensar a perda de R$ 38 bilhões na receita.
Entre as medidas estava a suspensão dos acordos de reajustes salariais firmados com o funcionalismo público em 2007, que começariam a vigorar nesse ano e gerariam gasto extra de cerca de R$ 6,9 bilhões.
Com a arrecadação de impostos mostrando um crescimento real de 18% em janeiro, o Ministério do Planejamento decidiu desbloquear pelo menos parte dos acordos com os servidores. A idéia é cumprir cerca da metade do que estava previsto inicialmente - uma despesa extra de R$ 3,5 bilhões.
Após a divulgação da arrecadação de janeiro, a oposição criticou o governo, que dizia, em 2007, não poder abrir mão da CPMF sob o risco de provocar um rombo no Orçamento.
A equipe econômica ainda não reconhece que estava errada. Diz que os números de janeiro foram atípicos, por conta dos lucros elevados das empresas, e que podem não se repetir nos próximos meses.


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