São Paulo, sexta-feira, 07 de março de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

EUA entre nós

Entrou no fim da tarde no Google, que agora posta suas próprias agências, "Condoleezza Rice vai visitar o Brasil e o Chile". A secretária chega semana que vem, mas não, a Colômbia "não vai dominar as conversas", diz o porta-voz do Departamento de Estado.
Um dia antes, o secretário-assistente para o hemisfério, ou seja, para a América Latina, Tom Shannon, adiantou no Congresso que, além de democracia, prosperidade e projetos sociais, o "foco" dos EUA na região é "proteger a segurança dos Estados democráticos". Para tanto, vem "trabalhando multilateralmente através da OEA". Sublinhou os "avanços" da Colômbia no combate ao tráfico e na "redução da violência contra sindicalistas", obstáculo à aprovação, pelo Congresso, do acordo de comércio bilateral.

O MERCADOR DA MORTE
foreignpolicy.com

Da BBC à "Foreign Policy", correu por todo lado a prisão na Tailândia do "mercador da morte", como o apelidou a "FP". Viktor Bout inspirou o filme "O Senhor das Armas" e seria o maior vendedor do mundo, com clientes da Al Qaeda ao Pentágono. Caiu, a exemplo de Raúl Reyes, após uma "dica" dos EUA, que o queriam por "vender às Farc"

SEM MEDIR PALAVRAS
Saiu no francês "Le Parisien" e ecoou na BBC Brasil que o presidente da França reagiu mal à morte de Reyes.
""É um erro, um golpe muito duro para o processo de paz e para as negociações que visam a libertação dos reféns", teria dito Nicholas Sarkozy em reunião de ministros, "Reyes era interlocutor essencial para nós, vamos ter de recomeçar do zero". Diz o jornal que Sarkozy "não teria medido palavras para criticar" a operação.

A GRANDE QUESTÃO
Escrevendo no Politico.com, o presidente da Câmara de Comércio dos EUA, "a maior federação de empresas do mundo", Thomas Donahue, defendeu "com cabeça e coração" o acordo bilateral com a Colômbia, pendente no Congresso. Seria "a grande questão comercial de 2008".
Elogiando os "avanços" na guerra ao tráfico, afirmou que o acordo é "obrigação moral". "Os problemas da Colômbia são nossos problemas", disse.

ABRINDO AS ASAS
A nova "Economist" aborda longamente "o debate do descolamento", ressaltando que, "enquanto a economia da América luta para se manter à tona, o mundo em desenvolvimento aprende a abrir suas asas". Diz que os Brics são hoje "os menos dependentes dos EUA" e até a China vem diversificando seu comércio. Diz que China, Brasil, Rússia "lançaram grandes projetos de infra-estrutura", investindo para além da exportação etc. Em suma, "globalização e descolamento podem co-existir". E, "com sorte, a economia do mundo pode se erguer acima da América".

PROVAVELMENTE
Um diretor indiano da financeira Prudential deu entrevista ao "Business Standard", da Índia. Questionado sobre "o melhor mercado do mundo", disse que "provavelmente o Brasil". Aliás, na resposta que virou título, "Deus provavelmente é brasileiro".

EM GRANDE FORMA
A mídia estatal chinesa também abordou o descolamento e a "performance" que fez do Brasil "o maior mercado". Ouvindo Lula, Guido Mantega, Henrique Meirelles, diz que "o consenso é que está em grande forma para enfrentar" a crise dos EUA.

VAI DOMINAR
thedailygreen.com

Há dias no alto da busca de notícias de Brasil, a compra de uma empresa de carne pela "megaprocessadora brasileira" JBS despertou o protecionismo até nas agências. Na Dow Jones, "produção dos EUA ganha sabor estrangeiro" e "JBS reescreve a história dos EUA". Na AP, "Brasil a caminho de dominar". Em site do setor (acima), "Brasil está tomando a indústria dos EUA". Reportagens mais serenas, só no "WSJ" etc.


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@ - Nelson de Sá



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