São Paulo, Domingo, 07 de Março de 1999
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DATAFOLHA
Pesquisa mostra piora na avaliação do presidente e de Covas
Crise eleva reprovação de FHC em São Paulo


JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
da Reportagem Local


A crise econômica somada às recentes inundações que atingiram São Paulo derrubaram a popularidade dos chefes dos três níveis de governo aos olhos dos paulistanos: do prefeito ao presidente, passando pelo governador.
A avaliação que os moradores da capital paulista fazem da administração de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) segue piorando. A tendência de aumento da reprovação ao seu governo, iniciada em janeiro, se aprofundou na semana passada.
Pesquisa Datafolha feita na quarta-feira na cidade de São Paulo mostra que chegou a 43% o total de paulistanos que consideram seu desempenho ruim ou péssimo. Esse percentual era de 38% no final de janeiro e de 28% em dezembro.
A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para menos.
Pela primeira vez, a fatia de paulistanos que reprovam o governo federal supera numericamente até a dos que o acham regular (38%). Os que aprovam FHC são, agora, apenas 18%.
A conjugação desses números permite o cálculo de um índice de popularidade do presidente, segundo metodologia desenvolvida pela Universidade de Michigan (EUA) para seu Índice do Sentimento do Consumidor.
Subtraindo-se o percentual de ótimo/bom do de ruim/péssimo e somando-se 100 chega-se a um índice de 75. A escala desse indicador varia de 0 (equivalente à rejeição absoluta) a 200 (aprovação total). O índice 100 significa neutralidade.
O valor 75 atingido por FHC em março é o mais baixo já registrado em pesquisas do Datafolha na cidade de São Paulo para avaliar o prestígio do presidente.
Na verdade, esse é o segundo recorde negativo quebrado pelo presidente este ano. O primeiro foi no final de janeiro, quando seu índice de popularidade chegou em 84, batendo o recorde anterior, de maio de 1996 (índice de 92).
Analisando-se todo o mandato do presidente, fica clara uma tendência de aprovação crescente de seu governo a partir de março de 1996 (índice de 114) até fevereiro de 1997 (índice de 146) -com uma breve interrupção em maio de 1996 por causa do massacre dos sem-terra no sul do Pará.
Junto com o aumento do desemprego, a popularidade de FHC sofreu uma queda em maio de 1997, mas ainda manteve-se mais positiva do que negativa (111).
O ano de 1998 marca uma nova tendência, de neutralidade, na avaliação dos paulistanos sobre o governo de FHC. O índice de popularidade oscilou de 107 em dezembro de 1997 para 100 em junho de 1998 e 102 em dezembro.
Desde então, por causa da desvalorização do real e da recessão, esse índice está em queda.
No caso do governador Mário Covas (PSDB), seu índice de popularidade caiu para 93 em março (24% de aprovação contra 31% de reprovação), após ter atingido seu ponto mais alto (índice 112) no final de seu primeiro mandato, em dezembro do ano passado -quando acabara de se reeleger para o cargo.
O índice de 93 é igual ao registrado em junho de 1998 -um patamar próximo ao que se manteve durante todo o governo (o mínimo que atingiu foi 85, em maio de 1997).
Na comparação com os outros chefes de governo, Covas está à frente de FHC (fato que só havia ocorrido em dezembro do ano passado) e do prefeito paulistano Celso Pitta (PPB), que atingiu seu índice mais baixo na semana passada: 46.


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