|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
DATAFOLHA
Pesquisa mostra piora na avaliação do presidente e de Covas
Crise eleva reprovação de FHC em São Paulo
JOSÉ ROBERTO DE TOLEDO
da Reportagem Local
A crise econômica somada às
recentes inundações que atingiram São Paulo
derrubaram a
popularidade
dos chefes dos
três níveis de governo aos olhos
dos paulistanos: do prefeito ao
presidente, passando pelo governador.
A avaliação que os moradores da
capital paulista fazem da administração de Fernando Henrique Cardoso (PSDB) segue piorando. A
tendência de aumento da reprovação ao seu governo, iniciada em janeiro, se aprofundou na semana
passada.
Pesquisa Datafolha feita na quarta-feira na cidade de São Paulo
mostra que chegou a 43% o total de
paulistanos que consideram seu
desempenho ruim ou péssimo. Esse percentual era de 38% no final
de janeiro e de 28% em dezembro.
A margem de erro é de três pontos percentuais, para mais ou para
menos.
Pela primeira vez, a fatia de paulistanos que reprovam o governo
federal supera numericamente até
a dos que o acham regular (38%).
Os que aprovam FHC são, agora,
apenas 18%.
A conjugação desses números
permite o cálculo de um índice de
popularidade do presidente, segundo metodologia desenvolvida
pela Universidade de Michigan
(EUA) para seu Índice do Sentimento do Consumidor.
Subtraindo-se o percentual de
ótimo/bom do de ruim/péssimo e
somando-se 100 chega-se a um índice de 75. A escala desse indicador
varia de 0 (equivalente à rejeição
absoluta) a 200 (aprovação total).
O índice 100 significa neutralidade.
O valor 75 atingido por FHC em
março é o mais baixo já registrado
em pesquisas do Datafolha na cidade de São Paulo para avaliar o
prestígio do presidente.
Na verdade, esse é o segundo recorde negativo quebrado pelo presidente este ano. O primeiro foi no
final de janeiro, quando seu índice
de popularidade chegou em 84, batendo o recorde anterior, de maio
de 1996 (índice de 92).
Analisando-se todo o mandato
do presidente, fica clara uma tendência de aprovação crescente de
seu governo a partir de março de
1996 (índice de 114) até fevereiro de
1997 (índice de 146) -com uma
breve interrupção em maio de 1996
por causa do massacre dos sem-terra no sul do Pará.
Junto com o aumento do desemprego, a popularidade de FHC sofreu uma queda em maio de 1997,
mas ainda manteve-se mais positiva do que negativa (111).
O ano de 1998 marca uma nova
tendência, de neutralidade, na avaliação dos paulistanos sobre o governo de FHC. O índice de popularidade oscilou de 107 em dezembro de 1997 para 100 em junho de
1998 e 102 em dezembro.
Desde então, por causa da desvalorização do real e da recessão, esse
índice está em queda.
No caso do governador Mário
Covas (PSDB), seu índice de popularidade caiu para 93 em março
(24% de aprovação contra 31% de
reprovação), após ter atingido seu
ponto mais alto (índice 112) no final de seu primeiro mandato, em
dezembro do ano passado
-quando acabara de se reeleger
para o cargo.
O índice de 93 é igual ao registrado em junho de 1998 -um patamar próximo ao que se manteve
durante todo o governo (o mínimo
que atingiu foi 85, em maio de
1997).
Na comparação com os outros
chefes de governo, Covas está à
frente de FHC (fato que só havia
ocorrido em dezembro do ano
passado) e do prefeito paulistano
Celso Pitta (PPB), que atingiu seu
índice mais baixo na semana passada: 46.
Texto Anterior: Ajuste fiscal: Custo de benefícios supera cortes sociais Próximo Texto: Terra: Justiça interdita 60 km2 por um índio Índice
|