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TODA MÍDIA
A sombra do ex
NELSON DE SÁ
A exemplo de FHC, Bill
Clinton ensaia sua volta ao
jogo político.
Como noticiou o "Atlanta
Journal-Constitution" e depois
o "Washington Post", ontem, a
campanha do democrata John
Kerry tem uma "sombra" nos
bastidores.
É Clinton quem está por trás
das duas maiores financiadoras
da campanha Kerry, em especial
dos comerciais contra George
W. Bush na TV, a Moveon.org e
o Media Fund.
O ex-presidente está fazendo
até solicitações de dinheiro por
e-mail, tendo arrecadado US$ 2
milhões num único dia.
Com Clinton na articulação, o
pouco empolgante John Kerry
bateu o recorde de arrecadação
de recursos eleitorais do Partido
Democrata nos primeiros três
meses -e encostou em Bush,
agora financeiramente.
A internet é protagonista da
eleição não só na arrecadação. A
blogosfera, como se diz, com os
sites pessoais de comentaristas
influentes tipo Andrew Sullivan,
se institucionalizou na opinião
pública que corre em torno da
campanha.
Um dos blogs, do liberal kos,
abriu o jogo em favor de Kerry e
passou então a ser atacado pelo
InstaPundit, este um blog dado
como conservador.
No meio do ruidoso conflito
virtual, entraram a revista "The
Weekly Standard", de Rupert
Murdoch, com ataques a kos, e
até mesmo o "Washington
Post", ontem.
SADR
O clérigo muçulmano Moqtad Sadr, proscrito pelos
EUA, deu face à revolta xiita no Iraque e vai ganhando
aura de herói na mídia islâmica -e em outras.
A Al Jazeera dedicou um longo perfil a ele. Um jornal
iraquiano, "Al-Mashriq", afirmou que "o rifle é o último
meio", mas sustentou a decisão de Sadr de "rejeitar a
ocupação e tudo o que ela implantar".
Até Naomi Klein, célebre pelo livro antiglobalização
"No Logo" e hoje correspondente do canadense "Globe
and Mail" em Bagdá, diz que ele "tem seu mercado" -e
descreve como o monumento erguido no lugar da estátua de Saddam Hussein está coberto de imagens de Sadr.
Fórum
O sociólogo Emir Sader escreve da Itália, para o site Carta
Maior, que "o Fórum Social
nunca mais será o mesmo". Não
só porque será bienal a partir de
2007, mas pelo "espírito da Índia", local da última edição.
Agora vai buscar:
- Por um lado, a participação
popular, marcante na Índia. Por
outro, ações concretas.
Latinos
Sader, também no site, foi o
primeiro intelectual brasileiro a
criticar o novo e polêmico ensaio de Samuel Huntington na
revista "Foreign Policy".
Huntington, de "O Choque
das Civilizações", afirma agora
que a invasão "latina" ameaça o
modo de vida americano.
Necessidade
Sites católicos pelo mundo, como o Zenit.org, destacam comentário de João Paulo 2º, "em
português", sobre a formação
dos padres brasileiros:
- O Brasil tem necessidade de
ministros bem formados.
Pitbull
Após o programa em que a Record atacou a Globo, o Jornal
Nacional retribuiu ontem:
- Polícia investiga morte de
rapaz de 13 anos encontrado em
terreno da Igreja Universal, atacado por um cão, cruzamento
de boxer e pitbull. A igreja não
quis dar mais informações.
Império
"O Globo" dizia semanas atrás
que a Igreja Universal está se
tornando "uma multinacional".
A Agência Latino-Americana de
Comunicação, de notícias evangélicas, detalhou:
- A igreja expandiu seu império midiático com um canal
em Atlanta, afiliado a uma das
maiores redes dos EUA. E negocia rádio em Nova York.
Urânio
O "New York Times" deu ontem a resposta do Brasil à denúncia de que o país vem evitando inspeções.
O curioso é que o "NYT", a
exemplo do "Valor", já havia
publicado tanto a notícia como a
resposta do país em dezembro,
há quase quatro meses.
Morcegos
Mais do que o urânio, o que
tem recebido cobertura diária de
"USA Today", "Guardian" etc. é
o caso dos morcegos assassinos
de Belém do Pará.
Pelo mundo, ecoam as reportagens do paraense "O Liberal",
como a notícia de que 13 pessoas
já morreram, com raiva.
Rússia na fila
Do "Pravda", de Moscou, em
texto sobre o avanço nas negociações Mercosul/China:
- Isso é algo que pode encorajar o Brasil a travar negociações sérias com a Federação
Russa no curto prazo.
O PORTO
Rede Globo/Reprodução
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Desta vez a culpa
não foi creditada ao
governador Roberto
Requião, mas a Globo
destacou longamente
(acima) a nova fila
no porto de Paranaguá. Foi causada por "um caminhão
que bateu num poste", mas a rede disse que é "exemplo
das dificuldades que os nossos produtores enfrentam".
O conflito está longe de terminar, no porto. Requião,
no site do governo paranaense, diz que não vai exportar
soja transgênica e que a paralisação recente, de impacto
mundial, foi locaute, não greve. Reclama das pressões
que "prejudicam a imagem do porto" no exterior.
Não é como "o maior exportador de soja, a Cargill," vê
as coisas. Para um diretor, na Globo e em "O Globo",
"vários problemas reduzem a produtividade do porto".
Mas Requião não tem parada. A Bloomberg destacou
ontem a proibição pelo governador dos pesticidas da
Monsanto no Paraná. Comentário da Bloomberg:
- É o passo mais recente de Roberto Requião, que
vem preocupando investidores ao reverter contratos.
ENDEREÇOS
"Atlanta Journal-Constitution" - ajc.com; "Washington Post" - washingtonpost.com; Media Fund - makeamericaworkforus.org; blog kos - dailykos.com; blog
InstaPundit - instapundit.com; "The Weekly Standard" - weeklystandard.com; "Al-Mashriq" - reprodução no site iwpr.net; "The Globe and Mail" - globeandmail.com;
Carta Maior - agenciacartamaior.uol.com.br; "Foreign Policy" - foreignpolicy.com;
"O Globo" - oglobo.globo.com/jornal; Agência Latino-Americana de Comunicação
- www.alcnoticias.org; "The New York Times" - nytimes.com; "O Liberal" - www.oliberal.com.br; "Pravda" - pravda.ru; Governo do Paraná - www.pr.gov.br;
Bloomberg - bloomberg.com
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