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PROGRAMAS SOCIAIS
Diretora diz que lista não será refeita
Após checagens, cadastro único tucano é aprovado por ministério
LUCIANA CONSTANTINO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Após uma série de ações para
checar informações do Cadastro
Único, o Ministério do Desenvolvimento Social chegou à conclusão: a base de dados de famílias
pobres no país usada em programas de transferência de renda
não precisa ser refeita, apenas
atualizada pelos municípios.
"Havia um mito de que o cadastro era muito ruim e tinha tantos
problemas que precisaria haver
um recadastramento. Isso precisa
sair do imaginário. O cadastro deve ser aproveitado. Ele tem problemas, mas a dimensão dada era
maior", afirmou ontem a diretora
do Departamento de Cadastro
Único, Lúcia Modesto.
E completa: "O custo de um recadastramento seria inviável. Fizemos projeções, mas eram números estratosféricos".
Desde 2003, quando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva assumiu, o cadastro é tema polêmico.
Recebeu críticas de ser falho, eleitoreiro e chegou a ser discutida a
possibilidade de refazê-lo.
O próprio Lula, recentemente,
criticou o cadastro em seu discurso na cerimônia de apresentação
da rede pública de fiscalização do
Bolsa-Família, em janeiro, no Palácio do Planalto. "Nós não tínhamos um cadastro. Nós tínhamos
um monte de endereços e a gente
não sabia se aquela pessoa precisava ou não precisava", afirmou.
Ministro da extinta pasta da Segurança Alimentar, José Graziano
defendia em 2003 que o trabalho
fosse refeito com base em auditorias do Tribunal de Contas da
União. Optou-se por um conjunto de medidas para analisar os dados, trabalho que foi intensificado
em 2004, com a criação do Ministério do Desenvolvimento Social.
Uma das ações -o cruzamento
feito neste ano entre informações
do Cadastro Único e da Rais (Relação Anual de Informações Sociais)- apontou que 4,4% dos 6,5
milhões de famílias beneficiadas
no Bolsa-Família têm rendimento
maior do que o exigido no programa. Representa 896.247 famílias, índice considerado baixo.
Lúcia Modesto lembra que, a
partir do cruzamento dos dados,
o Ministério do Desenvolvimento
Social devolverá aos municípios a
lista de famílias para que as prefeituras analisem as falhas.
Descentralização
Como parte do programa de
monitoramento do cadastro único, o ministério inicia neste mês
um projeto-piloto de descentralização do sistema de gestão dos
benefícios do Bolsa-Família.
Funcionará em cinco cidades e
permitirá que as prefeituras cancelem, bloqueiem e desbloqueiem
os pagamentos. A inclusão dos
beneficiados no programa de
transferência de renda continua
com o governo federal.
O cancelamento acontece quando há, por exemplo, suspeita de
irregularidade no pagamento.
Desde que foi criado, em 2003, o
ministério cancelou 130 mil benefícios irregulares, a maior parte
por duplicidade de pagamento.
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